Maior produtor de café do Brasil, Minas deve ter queda na produção e preço vai permanecer alto

A produção de café no Brasil deverá crescer 2,7% em 2025, alcançando 55,7 milhões de sacas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em contrapartida, Minas Gerais — principal estado produtor, com 58% do mercado — deverá registrar uma queda de 7,1%, com uma colheita estimada em 26,09 milhões de sacas de 60 kg. A perspectiva é de que os preços se mantenham em alta para o consumidor final.

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Os dados são do 2º Levantamento da Safra de Café 2025, divulgado nesta terça-feira (6). Conforme a Conab, essa redução em Minas está ligada principalmente ao ciclo de bienalidade negativa do café arábica e ao prolongado período de seca nos meses anteriores à floração das lavouras.

Desse total no estado, 25,6 milhões de sacas correspondem ao café arábica, que apresenta uma redução de 7,4% em relação ao ano passado. Já a produção de café Conilon deve alcançar 443,7 mil sacas, um aumento de 14,1% na comparação com 2024.

A Conab ainda destacou que, caso as projeções se confirmem, a safra de 2025 será a maior já registrada em um ano de baixa bienalidade, superando em 1,1% a colheita realizada em 2023. Em relação à área total cultivada, estima-se um aumento de 0,8%, atingindo 2,25 milhões de hectares destinados à produção de café no país.

Preço do café deve continuar mais caro

Segundo Ana Carolina Gomes, analista de agronegócios do Sistema Faemg Senar, devido à queda na produção de café, é pouco provável que os preços diminuam no curto prazo. Ela explica que, desde 2020, a cafeicultura brasileira, assim como a dos principais produtores mundiais — como Vietnã e Indonésia —, têm enfrentando dificuldades financeiras, principalmente em razão das condições climáticas adversas.

“As últimas cinco safras consecutivas não foram abundantes e, por isso, os estoques de café foram reduzidos. Em contrapartida, o consumo de café aumentou”, explicou.

Ainda conforme a analista de agronegócios do Sistema Faemg Senar, os motivos da redução das safras estão os longos períodos de estiagem, sobretudo março e setembro, altas temperaturas médias, granizo, vendaval e geada.

“O calor culminou em um estresse muito grande das plantas e, por isso, muitos produtores tiveram que adentrar com manejos não estavam programados. Por exemplo, uma poda, uma recepa, ou seja, eliminando uma produção que poderia ser produzida este ano”, contou.

Para a analista, os dados divulgados pela Conab foram considerados “conservadores”, especialmente quando comparados ao cenário apontado pela Pesquisa da Safra 2025 Cafeeira em Minas Gerais, realizada pelo Sistema Faemg Senar, que aponta cenário ainda pior. Segundo o levantamento da entidade, a redução na produção seria, em média, de 20%, com cerca de 30,6 mil hectares afetados por intempéries climáticas. “Por isso, não há como prever, ainda, uma redução do café. Afinal, o cenário é de incerteza”, disse.

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