Privatizada em 2021, a Vibra Energia (antiga BR Distribuidora) surge em 2025 como uma das oportunidades mais promissoras da Bolsa. Apesar da pressão da defasagem nos preços dos combustíveis causada pela política da Petrobras, a empresa exibe fundamentos sólidos: capilaridade nacional, controle de alavancagem, crescimento no setor de energia renovável e dividendos que ultrapassam dois dígitos ao ano.
Dividendos elevados e espaço para mais
Segundo os últimos dados divulgados, a Vibra pagou dividendos líquidos de 8,05% em 2024, com expectativa de superar esse patamar em 2025. A média líquida dos últimos 5 anos gira em torno de 6,48%, com pico de 14,75% em 2019. Isso indica que, mesmo em anos turbulentos, a companhia tem mantido um fluxo constante de distribuição.
Apesar do payout recente ter sido limitado por itens não recorrentes, o espaço no balanço permite projeções positivas, com analistas apontando que o dividendo bruto pode facilmente atingir dois dígitos novamente, especialmente se os lucros continuarem crescendo.
Valuation atrativo e preço abaixo do valor patrimonial
Atualmente, as ações da VBBR3 estão cotadas em torno de R$ 17,70, abaixo do valor patrimonial, o que representa um desconto de aproximadamente 4%. Pelo modelo de fluxo de caixa descontado (DCF), o preço justo varia entre R$ 23,89 e R$ 33, indicando um potencial de valorização expressivo.
O earning yield também impressiona, chegando a 44%, muito acima da média do setor e do Ibovespa. A Vibra, inclusive, já superou o índice em rentabilidade desde o IPO, com alta de 81% contra cerca de 56% do Ibov.
Setor de distribuição pressionado, mas resiliente
A defasagem dos preços dos combustíveis, que chega a 20% no diesel e cerca de 10% na gasolina, tem impactado o setor. Ainda assim, diferentemente de crises anteriores, não há mais risco de desabastecimento, uma vez que a Petrobras tem mantido o fornecimento e o Brasil aumentou sua capacidade produtiva.
Além disso, a Vibra tem se destacado pelo controle do Capex e redução da alavancagem. A dívida líquida sobre o EBITDA caiu, mesmo em um ambiente de juros elevados, mostrando solidez financeira.
Diversificação com energia solar
Um dos principais diferenciais da companhia está em sua aposta no setor de energia solar. Após adquirir a Comerc Energia, a Vibra passou a atuar na geração distribuída com fazendas fotovoltaicas arrendadas — uma estratégia similar à da Raízen, mas focada em energia limpa ao invés de biocombustíveis.
Essa diversificação ajuda a suavizar as margens historicamente apertadas da distribuição. A Comerc, inclusive, tem contribuído com margens líquidas superiores a 5%, melhorando o perfil da companhia e reforçando sua tese de crescimento sustentável.
Riscos e oportunidades
Entre os principais riscos estão a dependência da política de preços da Petrobras, a possível volatilidade do petróleo e questões ligadas à marca BR, que tem prazo de concessão até 2031. Fundos como o Global Macro Strategy têm mantido posições vendidas na empresa, sinalizando ceticismo de parte do mercado.
Por outro lado, para investidores com visão tática ou de médio prazo, a Vibra oferece uma relação risco-retorno muito atrativa. Se o Ibovespa retomar tendência de alta, a ação tende a ter desempenho superior ao índice, como já demonstrado em ciclos anteriores.
Preço teto e cenário para aportes
Considerando o histórico de dividendos e a média dos últimos anos, o preço teto estimado para 2025 fica entre R$ 16 (pessimista) e R$ 19 (otimista), buscando um dividend yield líquido de 6% a 10%. Atualmente, a ação está na faixa intermediária desse intervalo, o que pode representar um bom ponto de entrada, especialmente para quem busca renda passiva com potencial de valorização.
As datas de corte mais frequentes para dividendos são abril, setembro e dezembro, o que ajuda na previsibilidade de recebimentos ao longo do ano.
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