De lavanderias a mercados: serviços facilitam a vida de condôminos

Ter uma lavanderia, um mercadinho e até um espaço de trabalho dentro do próprio prédio deixou de ser luxo e passou a ser uma tendência nos condomínios da cidade. Os chamados serviços compartilhados vêm se tornando cada vez mais comuns em empreendimentos residenciais da capital baiana, oferecendo mais praticidade no dia a dia e transformando a forma de morar.Instalados geralmente em áreas comuns dos prédios, esses serviços são operados por empresas terceirizadas e funcionam de forma autônoma — abertos 24 horas por dia, com acesso via aplicativo ou senha, e com reposição de produtos ou manutenção feita regularmente. A proposta é oferecer conveniência aos moradores, sem precisar sair de casa para resolver tarefas básicas da rotina.Em alguns casos, a facilidade desses espaços também está associada à sensação de segurança. Thiago Rebouças, morador de um condomínio que conta com mercadinho interno, destaca como o serviço facilita a rotina e evita saídas desnecessárias: “Saber que não preciso sair do prédio para resolver pequenas compras traz uma sensação de segurança. Não fico preocupado com deslocamentos desnecessários, especialmente à noite ou em dias corridos”.A praticidade em ter um mercadinho tem agradado os moradores, que passaram a contar com uma opção rápida e acessível para compras do dia a dia. A receptividade foi tão positiva que o serviço virou ponto de curiosidade para visitantes. “Gostaram muito, até as crianças efetuam as compras de tão fácil que é”, conta Cecília Damasceno, administradora do condomínio.Normas e alvarásApesar de a regulamentação específica ainda ser uma lacuna, a instalação desses serviços tem se expandido. Luiz Calazans, síndico de um condomínio que oferece o mercadinho, explica que, embora não haja uma lei específica, as empresas que prestam esses serviços precisam seguir as normativas e obter os alvarás necessários. A ideia de criar espaços como esse surgiu em outros estados e foi trazida para Salvador a partir da crescente demanda. “Quando a demanda começou a crescer, levamos a proposta aos condôminos, que demonstraram interesse e, assim, o serviço foi instalado”, comenta Luiz.Nos condomínios que apostam em serviços compartilhados, a diversidade de opções também faz diferença. Lavanderias coletivas e espaços de coworking têm sido cada vez mais incorporados como alternativas viáveis para quem busca praticidade sem sair de casa. A ideia é reduzir deslocamentos e concentrar o que é essencial no mesmo lugar em que se vive. “Ter uma lavanderia e um coworking no prédio representa uma enorme praticidade no dia a dia. São facilidades que economizam tempo e tornam a rotina mais leve”, conta Yasmin Cardim, moradora que utiliza os dois serviços. Para ela, ter um ambiente de trabalho estruturado no próprio edifício também contribui para manter a produtividade em alta e facilita a organização dos horários.Para além da praticidade no cotidiano, esses espaços também passaram a ser vistos como diferenciais na hora de escolher um novo lar. Yasmin acredita que os serviços compartilhados refletem um modo de viver mais alinhado com as necessidades atuais. “Se eu buscar por outro imóvel, com certeza levarei em consideração a existência desses recursos. Acho que eles dizem muito sobre o estilo de vida que o lugar propõe: mais conectado com a realidade contemporânea, com as necessidades de quem trabalha de forma mais flexível e valoriza tempo de qualidade”.Com a popularização desses modelos, cresce também a variedade de serviços oferecidos nos empreendimentos. Alguns condomínios já apostam em lockers (armários) para recebimento de encomendas e espaços pet. Essas soluções refletem uma adaptação do setor imobiliário às novas demandas da vida urbana, em que tempo, segurança e praticidade se tornaram prioridades para muitas pessoas.Esses recursos compartilhados, antes considerados um diferencial, estão se tornando parte do padrão em muitos novos empreendimentos. Ao facilitar tarefas cotidianas e incentivar o uso coletivo de espaços, eles atendem às exigências de uma rotina mais flexível e conectada, contribuindo para uma relação mais funcional e eficiente com o ambiente onde se vive.*Sob supervisão da jornalista Cassandra Barteló
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