A BR Partners (BRBI11) divulgou os resultados do primeiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 43 milhões, uma queda de 12% em relação ao mesmo período de 2024. Ainda assim, a empresa anunciou um novo dividendo de R$ 0,30 por ação, com data-com em 13 de maio e pagamento previsto para o dia 23. O payout elevado reforça a política de distribuição frequente da companhia, que vem pagando entre quatro e cinco proventos ao ano.
Apesar da retração nos números, a BR Partners segue apresentando indicadores operacionais robustos. A margem líquida atingiu 33,8%, e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) ficou em 21,6%, muito acima da Selic atual. Esses índices sustentam a atratividade da ação para investidores com foco em dividendos.
Modelo de negócios distinto dos bancões
A BR Partners não é comparável aos grandes bancos comerciais. Seu modelo de negócio se apoia majoritariamente em banco de investimento, mercado de capitais e, mais recentemente, na gestão de recursos de terceiros. Cerca de 62% da receita no 1T25 veio do investment banking e do mercado de capitais — setores impactados pelo ambiente macroeconômico mais desafiador e pela desaceleração no volume de operações.
Mesmo com um pipeline robusto, a BR anunciou apenas uma transação no trimestre, reflexo da menor atividade em fusões e aquisições no Brasil. Nos últimos 12 meses, esse mercado somou R$ 210 bilhões, ainda abaixo dos patamares vistos entre 2020 e 2022.
Crescimento em gestão de recursos e receita recorrente
A empresa também vem expandindo sua atuação na gestão de recursos de terceiros, alcançando R$ 5,1 bilhões sob administração. Embora ainda represente apenas 3% da receita (R$ 3,4 milhões), esse segmento tem mostrado crescimento consistente e pode se tornar uma fonte importante de receita recorrente e menos dependente do ciclo econômico.
Além da receita com clientes, que representou cerca de 80% do total, a BR Partners obteve R$ 28 milhões em receitas oriundas da remuneração do capital próprio — queda de 30% na comparação anual.
Payout elevado pode limitar crescimento futuro
Um ponto de atenção é o fato de o patrimônio líquido da companhia ter recuado 7,1% no período, refletindo um payout elevado — que chegou a ultrapassar 100% no ano passado devido a dividendos extraordinários. Esse fator pode limitar o crescimento em segmentos que exigem maior capital.
Mesmo assim, a empresa mantém sua atratividade: além da boa rentabilidade, alavancagem confortável e margens acima da média do setor financeiro, o dividendo anunciado representa um dividend yield de cerca de 2% trimestral, ou até 8% anualizado ao preço atual da ação (~R$ 15).
Perspectivas para investidores
A própria empresa reconhece que 2025 poderá ser um ano mais fraco devido ao cenário econômico e à menor atividade nos mercados de capitais e fusões. No entanto, para investidores de longo prazo, a BR Partners segue como um papel interessante. A recorrência nos dividendos, a lucratividade consistente e a possibilidade de aproveitar correções no preço da ação tornam o ativo atraente para compor uma carteira voltada à geração de renda.
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