A marcação a mercado, uma estratégia muitas vezes negligenciada por investidores iniciantes, demonstrou mais uma vez seu potencial de retorno. Em plena alta da renda fixa, uma investidora mostrou como obteve rentabilidade de 6,25% em pouco mais de 30 dias, utilizando o Tesouro Prefixado 2032 — aproveitando a queda das taxas ofertadas nos títulos públicos.
O que é a marcação a mercado?
A marcação a mercado consiste em acompanhar o valor de mercado dos títulos públicos negociados antes do vencimento. Quando a taxa de juros contratada no momento da compra é maior do que a taxa atual do mercado, o valor do título sobe — o que proporciona lucro em caso de venda antecipada.
Essa estratégia ganha força principalmente em ciclos de queda na expectativa da taxa Selic, como o que está ocorrendo em 2025. Isso porque, com a previsão de juros menores nos próximos anos (2026, 2027, 2028), os títulos emitidos anteriormente com taxas maiores se tornam mais valiosos.
Queda nas taxas abre janela de ganhos
Um exemplo prático é o Tesouro Prefixado 2032. Em março de 2025, o título chegou a oferecer uma taxa de 14,84% ao ano. No início de maio, a mesma aplicação estava sendo negociada por 13,92% ao ano — uma queda de quase 1 ponto percentual em poucas semanas. Quem comprou no pico, como a investidora do caso citado, viu a rentabilidade de seu título se valorizar bem acima da taxa contratada.
O extrato do Tesouro Direto mostrou um ganho real de 6,25% em pouco mais de 40 dias — uma performance excepcional para um ativo de renda fixa e baixo risco.
Por que isso acontece?
O movimento se deve à relação inversa entre taxa de juros e preço dos títulos. Quando a taxa do título cai no mercado, o preço do papel sobe. Se o investidor optar pela venda antecipada, ele embolsa esse ganho — o que chamamos de lucro pela marcação a mercado.
Por outro lado, se a taxa subir após a compra, o valor do título cai. Por isso, o momento da aplicação e a perspectiva futura da economia são determinantes.
Títulos mais indicados para a estratégia
A marcação a mercado é especialmente eficaz em títulos de longo prazo, como:
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Tesouro Prefixado 2032
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Tesouro IPCA+ 2035 e 2045
Esses ativos, por terem vencimentos distantes, são mais sensíveis às oscilações nas taxas de juros. Com isso, qualquer variação na curva de juros impacta diretamente seu preço de mercado.
Quem deve usar a estratégia?
Essa abordagem é recomendada para investidores que:
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Estão atentos ao cenário macroeconômico;
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Conseguem monitorar taxas de forma recorrente;
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Têm apetite para vender títulos antes do vencimento;
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Estão construindo uma carteira diversificada de renda fixa.
Não é necessário ser um trader ou expert em finanças. Com informação correta e planejamento, é possível lucrar mesmo com títulos de longo prazo.
Alerta sobre o risco de timing
Embora os ganhos possam ser expressivos, a marcação a mercado exige atenção. Tentar capturar rentabilidade em janelas curtas, como 30 ou 60 dias, envolve riscos, pois o movimento das taxas pode não ocorrer como esperado. Estratégias de 2 a 3 anos tendem a oferecer melhor equilíbrio entre risco e retorno.
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