Com a taxa Selic em patamar elevado, muitos investidores estão migrando para o Tesouro Direto em busca de segurança e alta rentabilidade. No entanto, diante de tantas opções, surge a dúvida: vale mais a pena investir em títulos prefixados, que oferecem uma taxa fixa anual, ou no Tesouro IPCA+, que mistura uma parte fixa com a variação da inflação? Neste artigo, analisamos os dois principais tipos de título para ajudar você a decidir.
O que são os títulos prefixados e IPCA+?
Tesouro Prefixado
O Tesouro Prefixado é um título que oferece uma taxa de juros conhecida no momento da aplicação. Por exemplo, se você aplicar com uma taxa de 13,51% ao ano, essa será exatamente a sua rentabilidade bruta até o vencimento, independentemente do que acontecer com os juros da economia.
Vantagens:
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Previsibilidade de retorno
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Ideal em cenários de queda de juros ou inflação controlada
Desvantagens:
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Perde valor em caso de alta da inflação ou dos juros futuros (se vendido antes do vencimento)
Tesouro IPCA+
Já o Tesouro IPCA+ é um título híbrido: combina uma taxa de juros fixa (ex: 7,47% ao ano) com a variação da inflação (IPCA) do período. Ou seja, sua rentabilidade depende do desempenho da economia, especialmente da inflação.
Vantagens:
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Proteção contra a inflação
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Rentabilidade real garantida
Desvantagens:
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Menor previsibilidade
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Volatilidade maior no curto prazo
Qual rende mais hoje? Simulação prática
Vamos considerar dois títulos com prazos semelhantes:
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Tesouro Prefixado 2028: oferece 13,51% ao ano (bruto)
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Tesouro IPCA+ 2029: oferece 7,47% ao ano + IPCA
Para que os dois tenham a mesma rentabilidade bruta, o IPCA precisaria ficar em torno de 6,04% ao ano. Com isso:
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Se o IPCA for maior que 6,04%, o IPCA+ renderá mais.
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Se o IPCA for menor que 6,04%, o Prefixado terá vantagem.
No momento da gravação do vídeo analisado, o IPCA acumulado dos últimos 12 meses era de 5,48%, o que favoreceria o Tesouro Prefixado. No entanto, como o IPCA futuro é imprevisível, a decisão final depende da expectativa de inflação para os próximos anos.
Como tomar a melhor decisão de investimento?
1. Avalie o cenário econômico
Se a expectativa for de queda da inflação, o prefixado tende a ser mais vantajoso. Já se houver risco de aumento do IPCA, o IPCA+ garante uma proteção mais eficiente ao poder de compra.
2. Diversifique a carteira
Como prever o comportamento do IPCA com precisão é quase impossível, uma estratégia inteligente é dividir os aportes entre os dois tipos de título. Assim, você se protege contra diferentes cenários econômicos.
3. Leve em conta o prazo e a estratégia
Se o objetivo é longo prazo (como aposentadoria), o IPCA+ costuma ser mais indicado por garantir ganho real. Para objetivos de curto a médio prazo, o prefixado pode oferecer retorno atrativo, desde que o investidor mantenha o título até o vencimento.
Fatores adicionais que afetam a rentabilidade
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Imposto de Renda: incide sobre ambos os títulos, com alíquota regressiva conforme o tempo de aplicação.
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Marcação a mercado: pode impactar o valor dos títulos antes do vencimento, gerando prejuízo ou lucro adicional caso precise vender antes.
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Liquidez e volatilidade: embora os títulos do Tesouro Direto sejam acessíveis e seguros, o ideal é manter a aplicação até o vencimento para evitar surpresas.
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