Mercados desabam com tarifa de 145% de Trump sobre a China e risco de recessão global

O cenário econômico internacional foi abalado nesta quinta-feira (10) após o anúncio do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que pretende aplicar uma tarifa de 145% sobre produtos importados da China. A medida representa uma escalada sem precedentes na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo e gerou forte aversão ao risco nos mercados globais, com quedas expressivas nas bolsas e aumento da volatilidade.

O impacto foi imediato. Em Wall Street, o índice Dow Jones caiu 2,50%, o S&P 500 recuou mais de 3% e a NASDAQ afundou 4,31% — maior tombo desde o início do ano. No Brasil, o Ibovespa encerrou o dia em baixa de 1,13%, enquanto o dólar avançou 0,88% frente ao real.

A escalada tarifária: de 10% a 145% em dois meses

A ofensiva de Trump contra a China começou em fevereiro com uma tarifa de 10% sobre todos os produtos chineses. Em março, o percentual subiu para 20% e, no início de abril, foi elevado para 34%. Agora, com a tarifa anunciada de 145%, analistas e investidores enxergam um caminho perigoso rumo a uma ruptura estrutural entre as economias dos EUA e da China.

Apesar de Trump ter feito elogios recentes ao presidente chinês Xi Jinping e sinalizado respeito, Pequim respondeu dizendo estar aberta ao diálogo, mas pronta para resistir, caso os EUA insistam na escalada do conflito comercial.

Incertezas e desconfiança marcam relação bilateral

A relação entre os dois países sofre com falta de confiança mútua e ausência de canais diplomáticos sólidos. A leitura de consultorias internacionais é de que a China já não acredita mais nas intenções conciliatórias de Trump, o que agrava o risco de um erro de cálculo com consequências econômicas severas.

Além das tarifas sobre a China, os EUA ainda mantêm alíquotas de 25% sobre aço, alumínio e automóveis vindos de México, Canadá e outros países. O próprio Trump reconheceu que a guerra tarifária pode causar prejuízos internos nos EUA, mas ainda assim mantém o discurso firme, sugerindo a possibilidade de novas rodadas de sanções.

Medo de recessão e fuga dos títulos do Tesouro

Outro ponto de tensão vem da possibilidade de a China retaliar por meio da venda massiva de títulos do Tesouro americano, dos quais ainda é grande detentora. Esse movimento, embora ainda não confirmado, poderia pressionar os juros dos EUA e acirrar a desvalorização do dólar, gerando instabilidade no mercado global.

O índice do medo da CNN, que mede o nível de aversão ao risco dos investidores, atingiu o maior patamar desde a pandemia, refletindo o temor de que a crise comercial se transforme em uma crise financeira, monetária e até geopolítica.

Brasil adota postura pragmática

Enquanto EUA e China trocam farpas, o Brasil mantém uma postura pragmática, segundo analistas, tentando preservar relações comerciais com ambos os lados. O vice-presidente Geraldo Alckmin já participou de pelo menos seis rodadas de negociação com representantes americanos, buscando blindar o país dos impactos diretos dessa disputa.

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