O erro que pode acabar com seu patrimônio: Cuidado com o CDI no longo prazo

Quem busca segurança financeira geralmente se apoia em investimentos conservadores como o CDI e o Tesouro Selic. E, de fato, essas são as melhores opções para uma reserva de emergência ou objetivos de curto prazo. Mas e se te disserem que manter o grosso do seu dinheiro nesses produtos por muitos anos pode ser mais arriscado do que parece?

A frase provocadora — “nada mais conservador que o CDI no curto prazo e nada mais arriscado que ele no longo prazo” — resume uma verdade que muitos investidores ignoram.

Por que o CDI e a Selic funcionam bem no curto prazo?

O motivo é simples: liquidez e previsibilidade.
Investimentos atrelados ao CDI ou Selic oferecem:

  • Alta liquidez – o dinheiro pode ser resgatado rapidamente;

  • Baixo risco de crédito – principalmente quando o emissor é o Tesouro Nacional;

  • Rentabilidade acima da poupança – em cenários de juros elevados, como os atuais (com a Selic em 12,75%).

Essas características os tornam ideais para aplicações com horizonte de até 12 meses, como:

  • Reservas de emergência;

  • Poupança para viagens ou compras programadas;

  • Objetivos financeiros de curto prazo.

O problema de carregar CDI e Selic por muitos anos

O risco de manter grandes quantias aplicadas em CDI e Selic no longo prazo é a baixa rentabilidade real — ou seja, o retorno acima da inflação.

Nos últimos dois anos, a inflação superou a rentabilidade real desses produtos em diversos momentos. Mesmo com juros altos, os ganhos líquidos (já descontado o IR) ficaram próximos de 0%, ou até negativos em alguns casos. E mais: a tendência é que a Selic comece a cair em 2025.

Investir por décadas em ativos que não superam consistentemente a inflação significa perder poder de compra. Para quem pensa em construir patrimônio, essa é uma armadilha.

Longo prazo exige proteção contra a inflação

Ao construir um patrimônio para 5, 10 ou 20 anos, o investidor precisa pensar diferente. A estratégia mais eficiente é aplicar em produtos que entreguem inflação + juros reais.

Algumas alternativas recomendadas:

Tesouro IPCA+ (NTN-B)

  • Títulos públicos que pagam IPCA + taxa fixa (ex: IPCA + 6% ao ano);

  • Protegem contra a inflação;

  • Garantidos pelo Tesouro Nacional;

  • Podem oscilar no curto prazo, mas são matematicamente previsíveis no vencimento.

Debêntures incentivadas

  • Papéis emitidos por grandes empresas que financiam infraestrutura;

  • Rendimentos isentos de imposto de renda para pessoa física;

  • Podem pagar IPCA + 6% ou mais, com risco controlado;

  • Possuem maior volatilidade, mas ótimo retorno para o longo prazo.

Risco ou volatilidade?

Muitos confundem volatilidade com risco. Um título que oscila no curto prazo pode parecer “arriscado”, mas, se o investidor levar até o vencimento, o retorno prometido será entregue. Isso é o que especialistas chamam de risco matematicamente previsível.

Exemplo:
Se você compra um Tesouro IPCA+ com taxa de IPCA + 6%, e segura até o vencimento, receberá exatamente esse rendimento — mesmo que no meio do caminho o valor de mercado do título caia.

Estratégia inteligente: separar bolsos

Uma dica prática é dividir seus investimentos em “bolsos”:

  • Curto prazo (0 a 1 ano): CDI, Tesouro Selic, CDBs com liquidez diária — foco em liquidez e estabilidade.

  • Médio prazo (1 a 5 anos): fundos multimercado conservadores, LCIs/LCAs, CDBs com vencimento programado.

  • Longo prazo (acima de 5 anos): Tesouro IPCA+, debêntures incentivadas, fundos de crédito privado com inflação, ações e FIIs selecionados.

Essa divisão ajuda a equilibrar segurança, rentabilidade e objetivos.

Conservador hoje, arriscado amanhã

O CDI e o Tesouro Selic são excelentes aliados — desde que você saiba usá-los no tempo certo. Para quem só pensa no curto prazo, são imbatíveis. Mas para quem quer construir patrimônio no longo prazo, é preciso ir além.

Ignorar a inflação e manter 100% do dinheiro em produtos de curto prazo pode custar caro. E como diz o velho ditado do mercado: “mais importante do que quanto você ganha, é quanto você ganha acima da inflação”.

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