Banco digital ou tradicional: onde seu dinheiro está mais protegido?

Com a popularização dos bancos digitais, cada vez mais brasileiros se perguntam se vale a pena abandonar os bancões físicos para concentrar o dinheiro em plataformas como Nubank, Mercado Pago, PagBank e Banco Inter. A promessa é de praticidade, menos burocracia e ausência de taxas. Mas, e quanto à segurança?

A resposta envolve entender como cada modelo funciona, quais são suas garantias legais e até onde vai a proteção do seu dinheiro em caso de problemas.

A verdade sobre os bancos digitais

Antes de qualquer julgamento, é essencial saber: não existe mais banco que não seja digital. Mesmo as instituições mais tradicionais, como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil, oferecem praticamente todos os seus serviços por aplicativo. Hoje, o que existe de fato é uma diferença de estrutura regulatória e jurídica entre bancos tradicionais e plataformas de pagamento — como o Nubank.

Nubank é banco?

Apesar do nome, o Nubank não é oficialmente um banco, e sim uma instituição de pagamento (fintech). Isso significa que ele atua sob um conjunto de regras diferentes do Banco Central — especialmente no que diz respeito à exigência de adesão ao FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que protege até R$ 250 mil por CPF em caso de falência da instituição.

Enquanto isso, os bancos tradicionais são obrigados a participar do FGC, o que transmite uma sensação maior de proteção para o investidor conservador.

Bancos tradicionais também são digitais

Um dos argumentos mais comuns usados para defender os bancos digitais é a praticidade. No entanto, os bancões tradicionais já oferecem esse mesmo conforto. Você pode abrir conta, contratar serviços, fazer transferências e até conversar com o gerente diretamente pelo app.

A diferença é que, se quiser (ou precisar), você ainda pode ir presencialmente a uma agência. Isso, para alguns, oferece segurança emocional. Mas será que realmente resolve problemas mais graves?

“Se der problema, vou até a agência!”

Esse argumento ainda persiste, mas é preciso refletir: em caso de falência de um banco tradicional, não adianta ir até uma agência. O colapso de uma instituição financeira é um evento sistêmico, que atinge todos os correntistas de forma ampla. Reclamar presencialmente não devolverá seu dinheiro mais rápido.

Casos como os do Banco Nacional e Banco Excel, que quebraram na década de 1990, são prova de que mesmo bancos físicos, com grande presença no país, também estão sujeitos a falências.

E se o banco digital falir?

Fintechs como o Nubank ou o Mercado Pago não oferecem, por padrão, a proteção do FGC nas contas de pagamento. No entanto, muitas dessas plataformas têm parcerias com instituições que contam com FGC para aplicações como CDBs, LCIs e fundos, o que pode blindar parte do patrimônio.

Além disso, empresas como o Nubank já se consolidaram como gigantes do setor financeiro. Em 2024, a fintech entrou para o top 5 do Brasil em número de clientes e apresentou lucro bilionário — o que afasta, ao menos no curto prazo, o risco de insolvência.

Como saber se meu dinheiro está seguro?

A segurança não depende apenas de ser banco digital ou tradicional. Veja os principais pontos para avaliar:

  • FGC cobre o quê? Conta corrente, poupança, CDB, LCI, LCA e letras de câmbio emitidas por bancos aderentes.

  • Conta de pagamento (como Nubank)? Não é coberta pelo FGC, mas costuma ter os valores segregados e protegidos por outras normas do Banco Central.

  • Aplicativos confiáveis: Nubank, Mercado Pago, Inter e C6 têm operações consolidadas, regulação no Brasil e reputação sólida.

  • Bancos “escondidos”: Fuja de instituições pouco conhecidas ou sem histórico consistente. Mesmo com FGC, o processo de ressarcimento pode ser burocrático e demorado.

Casos reais: problemas com banco tradicional

Problemas simples, como redefinir uma senha de aplicativo, já levaram muitos correntistas a perder horas tentando atendimento presencial. Um exemplo comum é o da Caixa Econômica, que exige o número da conta para recuperar acesso — algo que muitos não têm à mão, já que cartões antigos não refletem o novo padrão da instituição.

Ou seja, ter uma agência física nem sempre significa resolver problemas com mais facilidade. Em muitos casos, o aplicativo resolve mais rápido — quando o cliente mantém seus dados atualizados.

Onde deixar seu dinheiro?

Se você quer segurança, entenda o perfil da instituição. Não confunda modernidade com risco, nem presença física com proteção absoluta. O ideal é diversificar: tenha um banco tradicional confiável e complemente com um banco digital de boa reputação.

Na dúvida, pesquise o CNPJ da instituição no site do Banco Central, verifique se o dinheiro que você pretende investir está protegido pelo FGC e prefira instituições com histórico público de resultados financeiros.

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