O Ibovespa fechou a terça-feira (13) com uma nova máxima histórica, subindo 1,76% e embalado por uma combinação de fatores que incluem o alívio nas expectativas de juros nos Estados Unidos, fluxo de capital estrangeiro crescente e uma trégua nas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo: China e EUA.
Alívio nos juros americanos reacende apetite por risco
Dados da inflação norte-americana divulgados nesta semana mostraram um avanço sob controle no mês de abril, reacendendo a esperança de que o Federal Reserve (Fed) possa realizar dois cortes de juros ainda em 2025. A perspectiva de menor aperto monetário nos EUA abre espaço para investidores buscarem ativos em mercados emergentes, como o Brasil, em busca de retornos mais atrativos.
Otimismo com a bolsa brasileira dispara
Uma pesquisa mensal do Bank of America revelou que o otimismo dos gestores com a bolsa brasileira atingiu o maior nível em oito meses. Segundo o levantamento, a parcela dos entrevistados que acredita que o Ibovespa poderá ultrapassar os 140 mil pontos ainda neste ano saltou de 18% em abril para 43% em maio — mais do que o dobro em apenas um mês.
PIB brasileiro em alta: JP Morgan revisa para 2,3%
Outro fator que contribuiu para o bom humor do mercado foi a revisão da expectativa de crescimento do PIB brasileiro para 2025 feita pelo JP Morgan. O banco elevou a projeção de 1,9% para 2,3%, citando como fatores positivos a melhora do cenário externo com o acordo tarifário entre EUA e China, além do desempenho robusto da produção agrícola nacional.
Fluxo estrangeiro é o motor da recuperação da bolsa
A analista de renda variável da Rico Investimentos, Bruna Ceni, destacou em entrevista à CNN Money que a principal força por trás da alta recente da bolsa é o fluxo estrangeiro. “Os investidores internacionais representam mais de 50% do volume de negociação no mercado à vista brasileiro. Eles estão voltando com força devido à combinação de ações baratas e expectativa de fim do ciclo de alta de juros”, explicou.
Segundo Ceni, a precificação antecipada de um cenário de juros mais baixos — tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos — tem impulsionado a entrada de recursos no mercado acionário local. Com diversas empresas sendo negociadas a múltiplos atrativos, o ambiente torna-se ainda mais favorável para quem busca valorização no médio e longo prazo.
Trégua comercial entre China e EUA melhora o cenário global
Na frente internacional, a tensão comercial entre China e Estados Unidos deu lugar a um alívio temporário. O governo chinês anunciou a redução de tarifas sobre produtos norte-americanos, de 34% para 10%, e a suspensão de uma taxa adicional de 91%. A medida, válida por 90 dias, foi recebida como sinal de boa vontade para estabilizar a relação bilateral.
Como resposta, os EUA também reduziram suas tarifas de 145% para 30% sobre produtos chineses. Segundo o Ministério das Finanças da China, o gesto visa atender às expectativas de produtores e consumidores de ambos os países e tende a favorecer a economia global, ampliando o apetite por ativos de risco em todo o mundo.
Dia marcado por reuniões estratégicas
No Brasil, o ministro da Fazenda recebeu representantes da agência de classificação de risco Fitch Ratings para discutir o cenário econômico e os próximos passos da política fiscal. A reunião ocorre em um momento em que o governo busca manter a confiança dos investidores e das agências internacionais para preservar a nota de crédito do país.
Sinais de força, mas cautela permanece
O novo recorde do Ibovespa, combinado ao otimismo crescente e à revisão para cima do crescimento econômico, indica uma janela de oportunidade para investidores atentos. No entanto, o cenário ainda exige cautela: as decisões do Fed, os desdobramentos da política fiscal brasileira e a continuidade da trégua comercial entre China e EUA serão determinantes para a sustentabilidade dessa trajetória.
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