Brasil bate recorde de desabrigados por mudanças climáticas em 2024, diz governo

Levantamento obtido com exclusividade pela Globonews mostra ainda que 299 mil pessoas ficaram feridas ou adoeceram em função de eventos climáticos extremos em 2024. O Brasil registrou, em 2024, o maior número de pessoas desabrigadas e desalojadas por desastres climáticos desde o início da série histórica, em 1991: 1,13 milhão de brasileiros tiveram que deixar suas casas em razão de eventos extremos como chuvas intensas, estiagens e secas.
Os dados são do Atlas Digital de Desastres no Brasil, produzido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), e foram obtidos com exclusividade pela Globonews.
O número se refere a pessoas que, em algum momento do ano, estiveram desabrigadas ou desalojadas; não necessariamente que permanecem nessa condição atualmente.
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Mortes por mudanças climáticas
A quantidade de mortos também aumentou. Foram 306 óbitos registrados em 2024, um crescimento de 58% em relação a 2023, quando houve 193 mortes. Trata-se do maior número desde 2022, ano em que 650 pessoas perderam a vida em decorrência de eventos climáticos.
Outro dado inédito do levantamento aponta que 299 mil pessoas ficaram feridas ou adoeceram em consequência direta de desastres ambientais no último ano.
Entre os municípios com mais vítimas fatais estão:
Canoas (RS), com 31 óbitos;
Mimoso do Sul (ES), com 18;
e Aguiarnópolis (TO), com 17.
A cidade com maior número de mortos, Canoas, estava no epicentro das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024.
Segundo o relatório, 79% das mortes foram causadas por chuvas intensas, o tipo de desastre mais letal e também o segundo mais recorrente em 2024, com 1.265 ocorrências.
Os desastres mais frequentes foram estiagens e secas, com 1.279 episódios no ano.
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