Tecnologia, conforto e inovação – são esses os principais atributos do Kaly42, um teclado ergonômico desenvolvido por um estudante do curso de Ciência da Computação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Ao BHAZ, Kael Soares Augusto, de 23 anos, explica que o projeto nasceu de uma necessidade pessoal, mas que agora ajuda outras pessoas ao redor do mundo.
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O Kaly42 foi projetado com duas peças, que se encaixam nas mãos do usuário. O número faz referência às 42 teclas do aparelho. Kael conta que a ideia surgiu a partir de uma necessidade pessoal: a luta contra a tendinite, uma condição que ele desenvolveu devido ao uso constante de teclados tradicionais.
“Foi inspirado pelas dificuldades que eu passei enquanto estava com tendinite e pelas comunidades de teclados que tem nas redes sociais, como no Youtube e Reddit. Além disso, eu também usei como referência outros teclados ergonômicos”, comenta o estudante da UFMG.
O projeto prioriza a ergonomia, com layout que segue o tamanho dos dedos e linhas que facilitam o uso sem forçar as mãos. A possibilidade de rotacionar as metades do teclado também permite ajustar o ângulo de uso, evitando a dobra dos punhos.
“O Kaly42 foi feito para ser ergonômico, portátil e customizável. A primeira coisa a se notar é que o teclado é dividido. Isso ajuda a melhorar a postura, além de ocupar menos espaço na mochila. As teclas não estão em linha reta para acompanhar a largura dos dedos, permitindo conforto ao digitar mesmo sem mover o pulso. Além disso, a coluna do teclado é alinhada para acompanhar o movimento de abertura e fechamento dos dedos”.
O teclado foi desenvolvido ao longo de quatro meses, entre desenvolvimento, encomenda das peças e a montagem final do mecanismo. “Grande parte dos conhecimentos eu adquiri por conta própria por meio da comunidade de teclados. Usei o software KiCad para fazer o design de circuito, soldei o teclado em casa mesmo e usei o QMK para fazer o firmware funcionar”, explica.
O Kali42 é de código aberto e está disponível no GitHub, sob a licença Apache-2.0, o que significa que qualquer pessoa pode usar o projeto e até fazer modificações, desde que respeite os direitos autorais.
Kael conta que já recebeu mensagens de usuários dos Estados Unidos e da Suécia que construíram seus próprios Kaly42s: “Fico muito feliz de ver que o teclado foi feito por dezenas de pessoas desde que foi projetado. O meu objetivo era disponibilizar o projeto para aqueles que precisassem de uma solução ergonômica para ajudar com a tendinite, como foi o meu caso. Muitas pessoas me mandam fotos dos teclados que montaram e sempre é um prazer ver mais um Kaly por aí”.
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