Vale (VALE3) pode subir 40%: veja preço justo, dividendos e riscos em 2025

A ação da Vale (VALE3) está atualmente cotada a R$ 54,26, mas análises de mercado indicam que o preço justo da mineradora brasileira pode variar entre R$ 72 e R$ 78 nos próximos 12 a 18 meses, o que representa um potencial de valorização de até 40%. A perspectiva é sustentada por consensos de casas como Investing Pro, Alpha Spread e Simple Wall Street, que ancoram suas projeções em cenários macroeconômicos e no ciclo de commodities.

Consenso de mercado: preço-alvo e fundamentos

O consenso entre analistas aponta uma mediana de preço-alvo em torno de R$ 72,60 para a Vale, com estimativas mais otimistas chegando a R$ 79,58. O modelo da Alpha Spread, baseado em fluxo de caixa descontado, indica preço justo de até R$ 78,67, enquanto a XP Investimentos sugere um valor mais conservador, de R$ 66,00.

Por outro lado, a cotação atual da Vale está pressionada por fundamentos desafiadores. O lucro no primeiro trimestre de 2025 caiu para cerca de R$ 7 bilhões, abaixo dos R$ 8,3 bilhões do mesmo período de 2024. A margem líquida também encolheu, de 22% em 2023 para 17% em 2025, indicando que a mineradora ainda não encontrou o piso de rentabilidade.

Minério de ferro e ciclo econômico: variáveis determinantes

A Vale vive atualmente um ciclo de enfraquecimento, característico de empresas cíclicas, onde há perda de margem, queda na geração de caixa e aumento da alavancagem. O desempenho futuro da ação está fortemente atrelado ao comportamento do preço do minério de ferro e ao cenário macroeconômico global, especialmente à possibilidade de uma recessão.

Nos últimos 12 meses, a cotação da Vale seguiu de perto a oscilação do minério, que se mantém lateralizado. Caso o ciclo do minério de ferro volte a subir, impulsionado por estímulos econômicos na China ou por movimentos de “nearshoring” e “friendshoring” em diversos países, a Vale poderá retomar trajetória de crescimento e expansão da sua capacidade de geração de caixa.

Dividendos e política de remuneração

O dividend yield atual da Vale está em 9,08%, mas pode recuar para cerca de 8% ao longo de 2025, caso a tendência de queda nos lucros se mantenha. Em 2021, a mineradora chegou a distribuir dividendos com yield superior a 26%. No entanto, o cenário atual aponta para uma “escadinha de queda” nos proventos, reflexo direto do ciclo adverso das commodities e da menor geração de caixa.

Ainda assim, o preço teto projetado com base na metodologia de dividendos chega a R$ 72, reforçando a tese de que, mesmo com rendimentos menores, a ação possui um upside relevante.

Riscos e oportunidades: o que o investidor deve observar

Entre os principais riscos que podem afetar a tese de investimento na Vale estão:

  • Risco de recessão global: uma desaceleração econômica severa poderia provocar uma queda acentuada no preço do minério de ferro, comprometendo ainda mais a rentabilidade da Vale.

  • Problemas regulatórios e ambientais: embora as questões relacionadas aos desastres de Mariana e Brumadinho estejam mais bem provisionadas, ainda há potenciais impactos financeiros e reputacionais.

  • Ciclo adverso das commodities: caso o ciclo de baixa persista, a Vale pode enfrentar mais anos de “secura” nos dividendos, como ocorreu entre 2015 e 2016.

Por outro lado, a sazonalidade histórica sugere que, após dois anos consecutivos de queda (2023 e 2024), a ação se aproxima de um momento interessante para acumulação, especialmente se a recuperação econômica se confirmar.

Análise gráfica e valuation: melhores pontos de compra

A relação preço/valor patrimonial (P/VPA) atual da Vale está em 1,15x, abaixo do pico de 1,62x registrado em 2021. Caso retorne a esse múltiplo, a ação poderia atingir cerca de R$ 76,41, reforçando a tese de potencial valorização.

Para investidores que realizam aportes mensais, os principais suportes identificados estão entre R$ 48,75 e R$ 44,30, com um suporte mais extremo em R$ 37,44 — níveis considerados atrativos para compras graduais.

Comparativo com SEMIN e Bradespar

Atualmente, outras companhias do setor, como SEMIN e Bradespar, oferecem maiores margens de segurança e dividend yields superiores aos da Vale. A SEMIN, por exemplo, apresenta uma margem de segurança de 144% e dividendos mais robustos, enquanto a Vale possui a menor margem do segmento, cerca de 33%.

O post Vale (VALE3) pode subir 40%: veja preço justo, dividendos e riscos em 2025 apareceu primeiro em O Petróleo.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.