Petz (PETZ3) e Cobasi selam fusão após aval do Cade; o que muda para o investidor

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, na segunda-feira (2.jun.2025), a incorporação da Petz pela Cobasi, destravando uma operação aguardada desde agosto de 2024. Pelo acordo, cada acionista de PETZ3 receberá:

• 1 ação ordinária da nova Cobasi S.A.;

• 1 ação preferencial resgatável, convertida em dinheiro em data a ser definida;

• Participação proporcional em R$ 270 milhões em caixa a serem distribuídos.

Na prática, a Petz passa a ser controlada pela Cobasi, que cria a holding Cobasi Investimentos apenas para viabilizar o negócio.

Racional estratégico

O Brasil é hoje o 3º maior mercado pet do mundo, impulsionado pela humanização dos animais de estimação e pelo adiamento da maternidade/paternidade. Juntas, Petz e Cobasi somam:

*estimativa após ajustes de sobreposição de unidades.

A expectativa é capturar sinergias logísticas, barganhar com fornecedores e ampliar o canal digital, que já representa cerca de 30 % das vendas combinadas.

Pontos de atenção

• Margem líquida apertada: nos 12M24, a Petz entregou apenas 0,01 % de margem, o que limita dividendos e deixa o lucro vulnerável a choques de custo.

• Integração complexa: três CNPJs (Petz, Cobasi S.A. e a holding) exigem ajustes contábeis e fiscais antes de a fusão refletir em ganhos claros.

• Concorrência intensa: players como Zee.Dog, Petlove e varejistas generalistas reforçaram presença on-line, pressionando preços.

Vale a pena entrar em PETZ3?

Analistas ainda veem o papel como manutenção, citando:

1. Dívida controlada (0,3× EBITDA) que abre espaço para crescimento.

2. Baixo espaço para dividendos, com payout inferior a 6 % nos últimos anos.

3. Upside depende de expansão de margens e da captura rápida de sinergias — fatores que devem aparecer somente a partir de 2026.