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Natural de Patos de Minas (MG), Kamila mora atualmente em Brasília, na chácara Sol Nascente, em Ceilândia, onde vive com cerca de 70 missionários da Comunidade Nossa Senhora Aparecida e Santa Catarina, ligada à Igreja Católica Ortodoxa Siriana.Ela começou a trabalhar como modelo aos 8 anos, participou de campanhas publicitárias e venceu um concurso de miss, mas aos 18 anos, após a morte do pai e um processo de luto, escolheu seguir a vida religiosa. “Eu gostava bastante, pensei que tinha encontrado o meu sonho, que ali a minha vida ia ser perfeita. Dali para frente, não esperava que eu fosse encontrar a minha verdadeira vocação”, contou ao UOL.Kamila perdeu o pai aos 9 anos de idade e afirma que a dor a levou a buscar refúgio na fé. “Foi aí que comecei a me apegar mais nas orações, comecei a rezar o terço, busquei a paróquia São Jorge Santo Expedito e comecei a participar das ações da igreja”, relembra.A decisão não foi bem recebida pela família, que esperava que ela seguisse com a carreira de modelo e formasse uma família. “Eles tinham um sonho totalmente diferente para mim, por eu ser filha única e pelo meu pai já ser falecido, minha mãe ficou um pouco chateada por não ter uma descendência.”Com a resistência da mãe, Kamila chegou a fugir de casa para ir à missa. “Mas hoje ela já entende que é uma vocação linda. Ela já vai lá na comunidade, já visita, já ajuda. Minha família como um todo também conseguiu entender.”Sobre a vida religiosa, Irmã Eva destacou que os votos de pobreza, castidade e obediência são os compromissos mais desafiadores. “A gente passa por muitas dificuldades e muitos sacrifícios. A nossa vocação não é fácil. Mas também é uma coisa muito bonita e acho que é um privilégio”, disse.Ela conta que já teve relacionamentos antes de decidir ser freira. “Mas não foi algo que preencheu o meu coração por inteiro. O que preenche mesmo é Jesus, é Nossa Senhora. Por mais que eu fizesse as coisas do mundo, elas não iam me satisfazer.”Integrante da Congregação Sancta Dei Genitrix, Kamila esclarece que, diferente da tradição católica romana, sua congregação permite o uso de maquiagem leve e esmaltes. “Isso vai de congregação para congregação. A nossa permite fazermos o uso da maquiagem. Não para um mundo de mercado e para os outros, mas sim para Deus”, explica.Ela reconhece que sua aparência e a de outras freiras da comunidade ainda gera estranhamento. “A maioria de nós é jovem, todas nós somos muito lindas. Jesus merece uma esposa bonita”, finalizou.
