Produtores de soja dos EUA pedem trégua a Trump após retaliação da China favorecer Brasil

A escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China chegou a um ponto crítico nesta semana, com tarifas recíprocas ultrapassando 145% e impactando fortemente o setor agrícola americano. Produtores de soja dos EUA, especialmente em estados-chave como Iowa base eleitoral republicana , estão pressionando o presidente Donald Trump por uma suspensão das tarifas, sob risco de falência generalizada.

A resposta da China foi considerada “quase uma bomba atômica” no setor: ao cortar compras de soja americana e redirecionar a demanda para o Brasil, o país asiático atingiu diretamente os agricultores dos EUA em um momento eleitoral decisivo.

Além da soja, produtos como carne bovina e sorgo também estão sendo substituídos por alternativas brasileiras e de outros países, ampliando as perdas americanas e as oportunidades para o agronegócio nacional.

Brasil amplia vantagem na exportação agrícola

O Brasil, que já havia se beneficiado da primeira guerra tarifária no governo Trump, volta a ser protagonista nas exportações agrícolas para a China. Com a redução da competitividade americana devido às tarifas, produtores brasileiros ganham mais espaço especialmente em soja, carne e sorgo, produto essencial para ração animal.

Esse movimento gera uma vantagem competitiva ao Brasil e reforça o peso geopolítico do país no comércio global de alimentos. A situação ainda pode se intensificar, caso a China siga diversificando suas fontes de importação.

Big Techs e agricultores pressionam Trump a recuar

O cenário não afeta apenas a agricultura. Empresas de tecnologia como Apple e Tesla, que dependem de insumos chineses, também sentem os impactos das tarifas. A resposta imediata de Trump, com isenção temporária para produtos como smartphones e computadores, evidenciou o peso do lobby do setor.

Agora, com a crescente insatisfação do campo, o presidente se vê pressionado em múltiplas frentes, inclusive por eleitores tradicionalmente fiéis. Analistas acreditam que um novo recuo nas tarifas agora focado no agronegócio pode ocorrer nos próximos dias.

China adota novas “armas econômicas”

Embora tenha declarado que não aumentará mais as tarifas já consideradas inviáveis, a China ainda possui um vasto arsenal econômico para pressionar os EUA. Entre as opções estão a venda de títulos da dívida americana e a desvalorização intencional do yuan, o que poderia neutralizar os efeitos das tarifas ao baratear os produtos chineses.

Além disso, a China também recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC), exigindo a remoção total das tarifas aplicadas pelos EUA. O gesto é simbólico e sinaliza uma inversão de papéis: agora é a China que defende o multilateralismo, enquanto os EUA adotam um perfil mais protecionista.

Impactos no Brasil e no cenário global

O prolongamento da guerra comercial pode trazer benefícios pontuais para o Brasil, sobretudo na balança agrícola. Porém, o efeito colateral da instabilidade global é a retração econômica, elevação de preços e aumento da inflação, especialmente nos EUA.

Com a economia americana baseada no consumo, o pessimismo do consumidor já apontado por estudos como o da Universidade de Michigan pode influenciar diretamente o apoio político a Trump, ampliando ainda mais a pressão para que ele revise sua postura protecionista.

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