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Embora estudos já apontassem desde 2008 a relação entre o princípio ativo do fármaco (acetato de ciproterona) e o surgimento dos tumores, os laboratórios só reconheceram publicamente esse risco em 2018.Para a Justiça, houve negligência grave na comunicação com o público e falha na proteção à saúde dos pacientes.Bayer tentou se eximirA Bayer alegou que a paciente deixou de usar o Androcur original em 2004, optando por medicamentos genéricos.Mesmo assim, o tribunal considerou que a farmacêutica tinha a obrigação de alertar todos os usuários e ex-usuários sobre os riscos associados ao medicamento. A Justiça entendeu que a omissão contribuiu diretamente para o agravamento da situação da paciente.Genéricos também foram condenadosAs farmacêuticas Viatris Santé e Sandoz, fabricantes das versões genéricas do Androcur, também foram condenadas por não informarem de forma eficaz os riscos à população, mesmo após a publicação de estudos científicos reforçando o alerta desde 2011.De acordo com o advogado da vítima, Romain Sintès, a decisão representa um divisor de águas.“É a primeira vez que a Justiça francesa reconhece formalmente a omissão da indústria e dos profissionais de saúde na proteção aos pacientes”, afirmou. Ele acredita que o caso abrirá precedente para outras vítimas buscarem reparação judicial.