Boxeadora Bia Ferreira
| Foto: Divulgação I AIBA
Entrevistadora: Ringue ou os bastidores?Bia: Ringue. Os bastidores são resenha, bem legais também. Tenho memórias incríveis, mas lutando é um momento especial para mim.Entrevistadora: Qual é a mentalidade que te deixa pronta para entrar no ringue e vencer?Bia: Ver meu adversário, porque sinto que me desafiou. Se você me desafiou, duvidou da minha capacidade ou quer me provar alguma coisa, isso me deixa pronta. Quando encontro o meu adversário, eu já visualizei vários momentos ali, várias coisas. Então, naquele momento vira a chave e eu estou pronta.Entrevistadora: Qual o melhor conselho que você acha que alguém no boxe pode receber?Bia: Uma frase que carrego desde o começo, desde antes de tentar ser um atleta de alto rendimento: “persista, insista e nunca desista”. Acho que ninguém pode te falar para não tentar, ou que você tenha que desistir se não for você quem escolheu isso. O pior sentimento que existe é de não ter tentado, o “se eu tivesse feito”, o “se”, quebra qualquer um. Então, o “se” não é uma opção e nunca será.Entrevistadora: Como é a Bia fora dos ringues?Bia: Uma sagitariana! Sou palhaça, aventureira, sou resenha. Acho que eu ia gostar muito de ser minha amiga. Sou carinhosa também, nada brava, bem diferente dos ringues.Entrevistadora: O que a Bia do passado diria para Bia de hoje, se visse onde você chegou?Bia: Que orgulho, hein? Tenho muito orgulho de mim, de não ter desistido. Logo no começo da minha carreira, eu fui desclassificada, fiquei dois anos sem poder competir. Eu tinha tudo para desistir, mas não desisti. Eu sou muito guerreira. Eu diria para a Bia (do passado) que valeu a pena, que eu estou de parabéns, que sou muito feliz com as oportunidades que eu criei durante todo esse tempo.Entrevistadora: Quando acaba a luta, qual é a primeira coisa que você quer fazer?Bia: Tomar um Pink Lemonade! Relaxar, ficar de bobeira, sabendo que a missão foi cumprida. Resenha mesmo. Eu gosto muito de conversar, de ver toda a minha equipe ali, a galera que trabalhou junto comigo. A gente fica se zoando, “pô, viu aquele golpe que eu tomei? Que loucura!”. Esse é o melhor momento de todas as lutas.Entrevistadora: Pensa em um dia voltar a ser professora?Bia: Esse é o plano B. Pretendo ter um projeto, porque eu sei que o começo é bem difícil. Foi difícil para mim, e apesar do cenário hoje ser outro, de ter muitos investimentos em base, ainda é. Mesmo com essa iniciativa de várias entidades, de várias pessoas, eu quero ter a minha. Quero mostrar um pouco da minha experiência, ajudar a galera a chegar na equipe olímpica. Chegando lá, só depende da disciplina deles.