A Casas Bahia, uma das mais tradicionais redes varejistas do Brasil, anunciou nesta sexta-feira (6) um acordo que pode mudar o rumo de sua trajetória financeira. Em negociações avançadas com seus principais credores, a empresa revelou que Bradesco e Banco do Brasil irão converter R$ 1,5 bilhão de dívidas em ações da companhia. A medida histórica visa reduzir o endividamento e permitir que a empresa volte a respirar no competitivo setor varejista.
Redução drástica no endividamento
Com a conversão, o passivo total da Casas Bahia será reduzido de pouco mais de R$ 4,5 bilhões para menos de R$ 3 bilhões. Isso representa não apenas uma melhora nos indicadores financeiros, mas também uma economia de aproximadamente R$ 230 milhões por ano apenas em juros, segundo estimativas da companhia.
Essa reestruturação dá novo fôlego à empresa, que enfrentava forte pressão por resultados, baixa rentabilidade e dificuldades para acesso a crédito nos últimos trimestres.
Bancos assumem controle e diluem família Klein
O impacto estrutural do acordo vai além da redução de dívida. A conversão também altera profundamente o controle da empresa: Bradesco e Banco do Brasil, agora sócios majoritários, passarão a deter 77% do capital social da Casas Bahia.
Por outro lado, a família Klein, fundadora e controladora histórica da varejista, verá sua participação encolher de 22% para apenas 4,7%. É uma mudança que sinaliza uma nova fase de governança corporativa e gestão mais voltada ao mercado financeiro.
Ações disparam e analistas projetam valorização
A notícia foi recebida com entusiasmo pelo mercado financeiro. As ações da Casas Bahia (BHIA3) chegaram a disparar na Bolsa de Valores, em movimento impulsionado pela perspectiva de melhora nos fundamentos da companhia.
Analistas veem a reestruturação como um ponto de virada para a empresa, que poderá retomar sua capacidade de investir, renegociar contratos e recuperar margens. Em um cenário otimista, os papéis da empresa, atualmente cotados em torno de R$ 4,00, podem atingir R$ 7,50 — uma valorização potencial de quase 88%.
Oportunidade para acessar crédito e novos projetos
Além da redução do passivo, a operação permite que a Casas Bahia se torne mais atrativa para o mercado de crédito. Com menos risco no balanço, a companhia pode obter novas linhas de financiamento, impulsionar sua operação digital e logística e ampliar o foco em rentabilidade.
Segundo fontes ligadas ao acordo, a conversão foi estruturada de forma a preservar a continuidade operacional da companhia, evitando um colapso financeiro que parecia iminente meses atrás.
Contexto do setor varejista e necessidade de ajustes
O setor de varejo no Brasil vive um período desafiador, marcado por juros elevados, inflação pressionada e mudanças no comportamento do consumidor. Empresas como a Casas Bahia, com grandes redes físicas e forte dependência de crédito ao consumidor, sentiram duramente os efeitos desse cenário.
Para sobreviver e crescer nesse ambiente, ajustes estratégicos, renegociação com credores e modernização operacional tornaram-se indispensáveis — exatamente o que o acordo com os bancos tenta viabilizar.
A reestruturação financeira da Casas Bahia pode marcar o início de uma nova era para a companhia, agora sob controle dos bancos. A conversão de R$ 1,5 bilhão em ações reduz significativamente a dívida e reposiciona a empresa no mercado com potencial de valorização. Ao mesmo tempo, sinaliza uma mudança no modelo de gestão, com foco em eficiência, controle e recuperação de valor para os acionistas.
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