Chico – de camiseta verde – e o filho Jhonatan – sem camisa
| Foto: Reprodução Redes Sociais
“É um costume que ele tinha sempre de fazer aquele famoso passeio de São José, que é onde os pescadores saem com seus barquinhos e vão em direção à Pedra Furada, e de lá fazem o cortejo, fazendo aquelas músicas de São José, e ele fazia a questão que eu fosse com ele, ele falava assim ‘Filho, vamos lá comigo amanhã’”, relembrou o rapaz, em entrevista ao G1.”Esse cortejo, esse passeio que eu fiz antes do enterro dele foi uma coisa muito especial, entre eu e ele, pai e filho mesmo, coisa mesmo emocional, porque ele é um grande pai, um grande guerreiro, meu herói, me salvou de várias”, contou Jhonatan. “É o último agradecimento que tive a oportunidade [de fazer]”, afirmou o filho. A morte e a homenagemOs familiares de Francisco das Chagas informaram que ele foi internado em meados de abril após uma série de episódios de mal-estar. No hospital, os médicos descobriram que o pescador estava câncer já em estágio avançado. Ele faleceu semanas depois.Jhonatan contou que, antes do pai morrer, durante um dos dias em que o acompanhou no leito do hospital, falou sobre a ideia e perguntou se poderia fazer a homenagem no mar. Ele, que é instrutor e competidor de kitesurf, revelou ao pai que ele mesmo conduziria o barco e que seria a última vez que os estariam juntos no mar. O pai aceitou.“Não foi por exibição nem nada, foi só para cumprir uma promessa que eu fiz pro meu pai, meu coroa, e acho que isso foi o legado que ele me deixou, de sempre falar uma coisa e sempre fazer, sabe, prometer e arcar com meus compromissos”, relembrou o rapaz. As imagens do cortejo foram feitas pelo instrutor de surf e pescador Chico Bento, amigo de Jhonatan e quem o ajudou a organizar a homenagem. As imagens foram compartilhadas nas redes sociais, acompanhadas de um no texto no qual o filho do pescador se despedia do pai.
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“A história de um pescador de coração bom se acaba aqui. […] Sou muito grato por tudo, meu coroa, vivi e viveria tudo de novo contigo, meu coroa, te amo eternamente meu pai, amigo, companheiro, meu herói”, escreveu.Antes do cortejo no mar, Chico foi velado em casa. O corpo dele foi enterrado em um cemitério que fica na praia da Malhada, o local poucos metros do mar.