Em um cenário de juros ainda elevados, incertezas macroeconômicas e oscilações no Ibovespa, investidores atentos buscam oportunidades que ofereçam bom retorno com risco controlado. Nesse contexto, ações fora do radar, mas com fundamentos sólidos, ganham espaço como apostas promissoras para o segundo semestre de 2025.
Análises recentes apontam cinco empresas listadas na B3 que estão baratas em relação aos seus lucros, pagam dividendos consistentes e operam em setores estratégicos da economia. São elas: Copasa (CSMG3), Caixa Seguridade (CXSE3), Vibra Energia (VBBR3), Fleury (FLRY3) e Wiz Co (WIZC3).
O estudo leva em conta múltiplos de valuation, como Preço/Lucro (P/L), Dividend Yield médio, ROE e rentabilidade recente, para identificar ações com potencial de valorização e geração de renda passiva.
Panorama comparativo: fundamentos das ações destacadas
A tabela abaixo resume os principais indicadores fundamentalistas das cinco empresas analisadas:
Ação | Preço/Lucro (P/L) | Dividend Yield (%) | ROE (%) | Rentabilidade 12M (%) |
---|---|---|---|---|
Copasa | 6,6 | 8,09 | 17 | 30 |
Caixa Seguridade | 11,0 | 6,94 | 28 | 11 |
Vibra Energia | 3,7 | 5,85 | 30 | 2 |
Wiz Co | 3,7 | 6,50 | 26 | 25 |
Fleury | 11,7 | 4,34 | 11,5 | -3 |
O gráfico a seguir mostra a relação entre Preço/Lucro (eixo X) e Dividend Yield (eixo Y). O tamanho das bolhas representa o ROE (retorno sobre patrimônio) e a cor indica a rentabilidade acumulada em 12 meses — quanto mais quente a cor, maior a valorização da ação no período.
Análise individual das empresas
Copasa (CSMG3): rentabilidade e dividendos consistentes
A Companhia de Saneamento de Minas Gerais alia valuation atrativo (P/L de 6,6) a um dos maiores dividend yields da lista (8,09%). Atua em um setor essencial e com potencial de expansão via concessões públicas. Além disso, só possui ações ordinárias, o que garante alinhamento entre controlador e minoritários.
Com ROE de 17% e valorização de 30% em 12 meses, a ação combina previsibilidade, segurança regulatória e crescimento potencial, sendo a mais equilibrada entre retorno e risco.
Caixa Seguridade (CXSE3): estabilidade em qualquer cenário
Com um modelo de negócios baseado na distribuição de seguros, consórcios e produtos financeiros, a empresa se destaca pela resiliência em diferentes ciclos econômicos. O P/L está em 11 vezes e o ROE atinge 28%, um dos mais altos da B3.
Mesmo após o fim da exclusividade com a Caixa Econômica, a companhia diversificou parcerias com outras instituições financeiras e mantém distribuição regular de dividendos (6,94% nos últimos anos).
Vibra Energia (VBBR3): lucratividade elevada a preço descontado
Resultado da privatização da antiga BR Distribuidora, a empresa atua na distribuição de combustíveis e avança no segmento de energia renovável. Com P/L de apenas 3,7 e ROE de 30%, representa uma das ações mais baratas da Bolsa em relação ao lucro.
Apesar da valorização modesta em 2025 (2%), a expectativa de crescimento da geração e comercialização de energia posiciona a Vibra como opção de alto earnings yield e assimetria favorável de preço.
Wiz Co (WIZC3): crescimento fora do radar com margens elevadas
A empresa do setor de seguros e serviços financeiros possui P/L baixo (3,7), dividend yield elevado (6,5%) e um ROE competitivo de 26%. Após encerrar o contrato de exclusividade com a Caixa, ampliou sua atuação e aumentou a diversificação de receitas.
Com 25% de valorização nos últimos 12 meses, a ação surpreende positivamente e pode continuar entregando resultado acima da média em um portfólio focado em renda.
Fleury (FLRY3): saúde com potencial de recuperação
Com P/L de 11,7 e dividend yield de 4,34%, a Fleury passa por um momento de reestruturação após a fusão com o grupo Hermes Pardini. A expectativa é de desalavancagem operacional e aumento na distribuição de lucros no ciclo de queda da Selic.
Mesmo sendo a única da lista com rentabilidade negativa em 12 meses (-3%), a empresa apresenta fundamentos sólidos no setor de medicina diagnóstica, além de posicionamento estratégico para os próximos anos.
O post Ações baratas em 2025: veja 5 oportunidades com valuation abaixo da média apareceu primeiro em O Petróleo.