Mineiros que vivem em Israel relatam momentos de tensão desde que houve aumento do conflito do país judeu com o Irã, no último dia 13 de junho. Fugas incontáveis para os abrigos antiaéreos e um clima de lockdown se tornaram rotina para a população. Uma comitiva de políticos brasileiros que visitavam o país, incluindo o prefeito de BH, Álvaro Damião (União Brasil), também chegou a ficar abrigada em um bunker por alguns dias e, agora, retornará ao Brasil pela Jordânia.
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A jornalista fotográfica Isa Nigri vive no país do Oriente Médio há 22 anos com a família. A cidade dela é Kriat Ono, a cerca de 20 minutos de Tel Aviv e 40 minutos de carro da capital Jerusalém. “A diferença em relação aos outros conflitos que já vi aqui é gritante. Os mísseis são bem maiores”, conta.
A mulher de 69 anos conta que, desde a última semana, basicamente os únicos serviços que podem funcionar são hospitais, supermercados e farmácias.
“O primeiro ministro foi à TV e avisou para todos ficarem quietos em casa porque não seria fácil este momento. E não está sendo fácil. Às noites são pesadelos. Toda hora a sirene toca e o telefone apita. Quando a gente pensa que vai dormir, toca outra vez e nós precisamos correr para as áreas de segurança”, comenta.
A idosa explica que as sirenes indicam a aproximação de mísseis. Embora nenhum tenha caído na cidade dela até o momento, a população precisa se abrigar nos bunkers. Segundo ela, os prédios mais novos têm quartos de segurança que funcionam como abrigo antiaéreo. Quem vive em edifícios mais antigos, como ela, precisam descer e buscar segurança nos abrigos públicos das ruas.
“Hoje nos pediram para passarmos a levar uma mochila com pertentes, alimentos e remédios para os quartos de segurança para que, em caso de destruição dos apartamentos, tenhamos algo básico para sobreviver ali”, relata sobre as novas orientações do governo.
A jornalista tem em Israel duas filhas, cinco netos e dois bisnetos. Apesar da mudança de rotina em função do conflito, ela garante que não pretende retornar ao Brasil. “Aqui nos tratam como pessoas e não somos apenas mais um CPF. A tecnologia nos ajuda bastante. A gente recebe os avisos de mísseis pelo telefone e eles indicam o local aproximado da queda. Com isso, a gente tem tempo para se preparar e correr, quando necessário”, completa.
No último dia 13 de junho, o governo israelense atacou áreas do Irã alegando a necessidade de conter um possível desenvolvimento de bombas atômicas. Os representantes iranianos reagiram e endureceram o contra-ataque.
Damião de volta ao Brasil
Nesta segunda-feira (16), o prefeito de BH, Álvaro Damião (União Brasil), conseguiu deixar o território israelense e entrar na Jordânia. Ele faz parte do primeiro grupo de políticos brasileiros que está retornando do Estado judeu em função da escalada do conflito com o Irã.
Conforme informado pelo BHAZ, 12 autoridades estão na primeira lista de resgatados. O nome de Damião foi confirmado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Veja a listas de autoridades brasileiras que estão retornando de Israel no primeiro voo:
- Francisco Nélio – tesoureiro da CNM
- Álvaro Damião – prefeito de Belo Horizonte (MG)
- Márcio Lobato – secretário municipal de Segurança Pública de Belo Horizonte (MG)
- Davi de Matos – chefe executivo do Centro de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Civitas)
- Welberth Porto – prefeito de Macaé (RJ)
- Claudia da Silva – vice-prefeita de Goiânia (GO)
- Cícero de Lucena – prefeito de João Pessoa (PB)
- Janete Aparecida – vice-prefeita de Divinópolis (MG)
- Gilson Chagas – secretário de Segurança Pública de Niterói (RJ)
- Johnny Maycon – prefeito de Nova Friburgo (RJ)
- Francisco Vagner – secretário de Planejamento de Natal (RN)
- Flávio Guimarães – vereador do Rio de Janeiro (RJ)
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