Em um cenário de alta volatilidade no Brasil e Selic nas alturas, muitos investidores estão considerando tirar parte do dinheiro do país e buscar segurança no exterior. Contudo, o mercado americano, com mais de 5.000 ativos, pode parecer confuso e até intimidador para quem está começando.
Se você busca alternativas de baixo risco no exterior, este guia apresenta três investimentos simples, robustos e com boa proteção cambial, especialmente indicados para quem quer dolarizar parte do patrimônio sem complicação.
Quando faz sentido investir no exterior?
Antes de sair transferindo dinheiro, é essencial entender se esse movimento faz sentido para você. Na prática, enviar valores muito baixos para fora do país pode não ser vantajoso devido a custos como:
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Spread cambial
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IOF (1,1% ou até 3,38% dependendo do tipo de operação)
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Taxas de transferências
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Custos de corretagem e administração
Regra prática: só começa a fazer sentido quando você possui, pelo menos, R$ 100 mil investidos. Abaixo disso, a renda fixa brasileira com Selic em 13,75% ao ano (junho de 2025) ainda é muito mais atrativa em termos líquidos.
1. IVV ou VOO — ETF que replica o S&P 500
O S&P 500 é o principal índice da bolsa americana, composto pelas 500 maiores empresas dos Estados Unidos, incluindo gigantes como:
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Apple
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Microsoft
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Google
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Amazon
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Tesla
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Coca-Cola
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McDonald’s
Por que investir?
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Alta diversificação em empresas sólidas.
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A economia americana se mostrou resiliente historicamente.
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Crescimento médio dos últimos 10 anos: 12,5% ao ano em dólar.
Dados atualizados:
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IVV: US$ 520,44
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VOO: US$ 481,25
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Taxa de administração: 0,03% ao ano (praticamente simbólica).
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Dividend yield: 1,3% ao ano, pago trimestralmente.
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Tributação de dividendos: 30% retido na fonte nos EUA.
Riscos:
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Volatilidade típica da renda variável.
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Não protege contra quedas específicas do mercado americano.
2. VT — ETF Global Total World Stock
Se você busca diversificação não apenas nos Estados Unidos, mas no mundo todo, o VT é ideal. Ele investe em empresas dos EUA, Europa, Japão, China, Brasil e outros mercados emergentes.
Composição do VT:
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58% em ações dos EUA
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42% em ações do restante do mundo
Desempenho médio nos últimos 10 anos:
9% ao ano em dólar.
Dados atualizados:
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Preço: US$ 106,57
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Taxa de administração: 0,07% ao ano.
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Dividend yield: 1,9% ao ano, pago trimestralmente.
Vantagens:
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Diversificação global.
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Reduz dependência dos EUA.
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Protege contra riscos localizados em uma única economia.
Desvantagens:
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Crescimento menor que o S&P 500, pois inclui mercados que crescem menos.
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Impacto maior de crises globais.
3. AGG — ETF de renda fixa em dólar
Se sua intenção é fugir do risco da bolsa, mas manter o dinheiro protegido em dólar, o AGG é uma alternativa sólida. Este ETF investe em títulos públicos americanos (Treasuries) e títulos corporativos de alta qualidade.
Composição:
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45% Treasuries (Governo dos EUA)
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25% Títulos hipotecários
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25% Títulos corporativos grau de investimento
Desempenho histórico:
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Rentabilidade média: 1,4% ao ano em dólar nos últimos 10 anos.
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Dividend yield atual: 4,3% ao ano, pago mensalmente.
Dados atualizados:
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Preço: US$ 95,75
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Taxa de administração: 0,03% ao ano.
Atenção:
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Mesmo sendo renda fixa, o preço varia com a taxa de juros americana.
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Quando os juros sobem, o valor da cota cai (marcação a mercado).
Cuidados com transferências internacionais
Antes de enviar dinheiro para fora, fique atento a:
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IOF: 1,1% (contas de mesma titularidade) ou 3,38% (para terceiros).
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Spread: busque plataformas com spread abaixo de 10 centavos por dólar.
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Compare casas de câmbio, bancos (Inter, Nomad, Wise) e plataformas como Remessa Online e C6 Global.
Dica de economia: se puder, junte valores maiores para reduzir o impacto do IOF e do spread.
Vale a pena?
Se você já tem uma reserva robusta no Brasil e busca:
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Proteção contra a desvalorização do real
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Renda passiva em dólar
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Diversificação internacional
Estes três ETFs (IVV/VOO, VT e AGG) são opções seguras, simples de investir e extremamente usadas pelos maiores investidores globais.
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