Mais de três mil pessoas participaram da solenidade paroquial de Corpus Christi, na manhã desta quinta-feira, 19 de junho, nas escadarias da igreja Matriz São Luís Gonzaga. Logo após a missa houve a procissão, contemplando os tradicionais tapetes: verdadeiras obras de arte, feitas essencialmente por serragem colorida, com complementos de outros materiais.
Segundo o pároco, padre Hélio Feuser, a festa de Corpus Christi é uma confirmação do que o cristão católico recentemente viveu e celebrou, durante o Tempo Pascal. “No Tríduo Pascal temos a instituição da Eucaristia, quando Jesus se doa em presença viva. Por isso, depois de celebrarmos a Páscoa (com a ressurreição do Senhor) e Pentecostes, podemos dizer que Corpus Christi é o coroamento do que nós vivemos. E, mais do que isso, é a manifestação da nossa fé viva no Cristo Eucarístico”, comenta.
Padre Hélio explica que a origem da festa remonta ao século XIII. Inspirado pelas visões místicas de Santa Juliana de Cornillon, o Papa Urbano IV instituiu, em 1264, a solenidade de Corpus Christi, elevando à celebração litúrgica o mistério da Eucaristia como presença real de Cristo. “É mais do que uma tradição, é uma manifestação. Caminhar pelas ruas, ao lado do povo e com Cristo Eucarístico é algo que ocorre apenas no Brasil e em Portugal. Nos outros países, é apenas o padre quem caminha com o Santíssimo Sacramento”, detalha.
De acordo com o pároco, a celebração ainda expressa a unidade da Igreja, ao reunir todas as comunidades e pessoas de diversas idades, em torno da contemplação eucarística. “Por isso a nossa concentração é paroquial. É preciso frisar o amor e a devoção que as pessoas têm por Cristo Eucarístico. Ontem, na preparação dos tapetes, encontramos crianças, jovens, adultos e idosos. Eles são as diversas faces da nossa Igreja. O mais bonito é viver em comunhão, pois isso nos une enquanto paróquia e revela a verdadeira força da nossa fé”, reforça padre Hélio.
Mais de 300 voluntários
O coordenador do Conselho Pastoral Paroquial, Antônio Carlos Cerchiari Junior, afirma que mais de mais de 300 voluntários participaram da preparação dos tapetes, iniciada há cerca de 20 dias.
“Preparamos uma tonelada de serragem colorida, com a qual produzimos 400 metros de tapete. Ao todo, 26 pastorais estiveram envolvidas, além dos movimentos e comunidades da paróquia. Na quarta-feira, a decoração iniciou ainda pela manhã, por volta das 9h30, e só encerrou de madrugada. Os últimos grupos deixaram o local já às 3h desta quinta-feira”, conta.
Segundo Junior, o cansaço dos últimos dias se dissipa diante da emoção do serviço concluído. “É um orgulho ser católico e ver a participação de tantas pessoas. Mesmo diante da ameaça de chuva, todos se fizeram presentes. É uma demonstração da força da nossa comunidade, o que nos proporciona uma felicidade imensa. Tudo é obra de Deus, com a ação do Espírito Santo”, descreve.
Tainá Cristina Viola, 25 anos, foi uma das voluntárias que dedicou parte da noite de quarta-feira para confeccionar tapetes pela rua. Integrada ao setor da Juventude, ela revela a alegria em colaborar. “É a primeira vez que coloco a mão na massa, mas também estou ajudando no acolhimento das pessoas, servindo um cafezinho e um pedaço de bolo para quem está participando. Aqui vivemos algo diferente do nosso dia a dia, em contatos cheios de afeto. É uma forma de honrar um pouquinho o que Jesus fez por nós”, diz.
Proclamação do Evangelho especial
Um dos momentos mais especiais da celebração de Corpus Christi foi a Proclamação do Evangelho, feita pelo vigário, padre Adilson José Colombi. Prestes a completar 83 anos, ele tem retomado aos poucos as atividades, depois de intercorrências de saúde.
“Foi muito bom ver tantas pessoas participando, de uma maneira bastante significativa. A unidade é o sentido da celebração de Corpus Christi. Jesus é o ponto de referência e tem que ser o traço de união para toda e qualquer comunidade”, enfatiza.
Depois de certo tempo ausente das atividades paroquiais, padre Adilson expressa gratidão. “A minha recuperação é uma graça de Deus, um sinal da oração que muitos fizeram, fazem e continuarão fazendo, e um pouco de esforço próprio também. Estes três elementos ajudaram. Aos poucos, espero voltar aos trabalhos normais e participar efetivamente da celebração. É bom ouvir, ver, sentir e experimentar tudo isso”, compartilha.
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