Caraíba volta a atrasar salários e propõe demissão em massa

Trabalhadores da Caraíba metais, situada em Dias d´Ávila, na Região Metropolitana de Salvador, voltaram a protestar contra o atraso de salários. A exemplo do que ocorreu há um mês, a empresa, que se encontra em recuperação judicial desde novembro de 2023, não efetuou o pagamento dos salários do mês de maio.O atraso atinge 236 funcionários que se encontram em ‘lay off’, ou seja, com os contratos suspensos. Apenas um pequeno grupo segue trabalhando para manter a produção em níveis mínimos. Única metalúrgica de cobre primário do Brasil, a Caraíba acumulava, em 2022, dívidas de mais de R$ 450 milhões.

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Ernandes Biset, diretor do sindicato dos metalúrgicos de Dias d´Ávila, participou da mobilização que impediu a entrada de ônibus e caminhões de segunda a quarta-feira na porta da fábrica. A Polícia Militar interviu para liberar o acesso e representantes da empresa fizeram uma proposta aos manifestantes.Segundo Biset, a empresa se compromete a pagar os salários de maio nesta sexta-feira, 20, desde que os trabalhadores em lay off aceitem a demissão a partir de 1º de julho. Com um detalhe: as rescisões só começariam a ser pagas em fevereiro de 2026, em 24 parcelas, com a quitação apenas em 2028.Em assembleia, a categoria decidiu que só aceita negociar demissões após o pagamento dos salários em aberto e, de antemão, rechaça o parcelamento com pagamento a partir do ano que vem.AudiênciaO presidente da Paranapanema, empresa controladora da Caraíba metais, Vítor Saback, deixou em abril o cargo de secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia para assumir o cargo.Ele foi convocado pela Câmara de Vereadores de Dias d´Ávila para uma audiência pública no último dia 17, mas não compareceu. A mesa diretora da casa anunciou consultar o departamento jurídico e não descarta acionar o Ministério Público para fazer com que o executivo compareça e preste os esclarecimentos desejados.Há alguns meses foi ventilada a possibilidade de aquisição da Caraíba pela mineradora Vale, detentora de importantes reservas de cobre. O avanço dos investimentos na transição energética também seria um incentivo extra para a aquisição, com incremento da demanda por condutores a partir do metal.Procurada por A TARDE, a empresa informou, através de sua assessoria, que não comenta dados relativos à recuperação judicial nem possibilidades de venda da empresa, bem como as negociações para demissão dos trabalhadores em lay off.

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