O longa-metragem CYCLONE, dirigido por Flávia Castro, conquistou mais um reconhecimento internacional. Apenas um dia após estrear no Festival de Xangai — o mais prestigiado da Ásia — o filme garantiu uma vaga na 42ª edição do Festival de Munique. Ele integra a mostra CineRebels, que celebra obras radicais, criativas e fora dos padrões convencionais.
O público poderá assistir ao filme no dia 30 de junho, no Theatiner Filmkunst, seguido por um bate-papo com a diretora.
Uma história de liberdade e resistência
Inspirado nas obras O Perfeito Cozinheiro das Almas Deste Mundo, de Oswald de Andrade, e Neve na Manhã de São Paulo, de José Roberto Walker, o filme traz à tona a trajetória de Dayse, uma operária e dramaturga que vive na São Paulo do início do século XX. Ela enfrenta preconceitos, luta por reconhecimento artístico e busca autonomia sobre sua vida e seu corpo.
Luiza Mariani, que vive a protagonista, também assina o roteiro (junto com Rita Piffer) e atua como produtora ao lado de Joana Mariani e Eliane Ferreira. Há 20 anos, a atriz sonha em levar essa história para o cinema.
Além de Mariani, o elenco reúne nomes como Eduardo Moscovis, Karine Teles, Luciana Paes, Magali Biff e Ricardo Teodoro.

Trama intensa e atual
Dayse divide seus dias entre o trabalho em uma gráfica e os ensaios teatrais, onde colabora secretamente com o diretor Heitor Gamba, com quem mantém um relacionamento. Quando surge a chance de estudar em Paris, ela vê a possibilidade de finalmente viver da dramaturgia.
No entanto, o caminho é cheio de obstáculos. A resistência da academia às obras escritas por mulheres, somada à descoberta de uma gravidez, coloca seus sonhos à prova.
Essa história se inspira na figura real de Miss Cyclone, única mulher a participar do coletivo de escritores liderado por Oswald de Andrade na década de 1910. Mesmo usando pseudônimo, ela marcou presença em um espaço majoritariamente masculino, onde também escreviam Guilherme de Almeida, Menotti del Picchia e Monteiro Lobato.
Reconhecimento e ousadia
A seleção de CYCLONE para a mostra CineRebels destaca sua abordagem inovadora. O Festival de Munique valoriza filmes que desafiam estruturas tradicionais e que oferecem novas formas de contar histórias.
Para Flávia Castro, diretora do longa, essa escolha faz sentido. “CYCLONE fala sobre coragem, desejo e criação. É um filme feito contra a corrente, com paixão e resistência.”
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