Débora relembra papéis marcantes, revela emoção com casamento da filha, comenta trajetória, celebra a maturidade e reflete sobre a força feminina da vilã. Débora Bloch brilha como Odete Roitman e resgata raízes teatrais no remake de Vale Tudo
Poliana Abritta conversou com Débora Bloch – a atriz que interpreta a grande vilã de Vale Tudo. Odete Roitman não presta, mas o público até que tem uma pontinha de simpatia por ela.
A personagem fica ainda mais fascinante sendo interpretada por Bloch. Dona de uma carreira de muitos sucessos, ela praticamente nasceu no teatro e brilha também no cinema e na TV.
Odete está fazendo sucesso, mesmo destilando maldade e os memes já estão por toda parte.
“Chique não é ser exclusivo, Celina. Chique é ser único! (…) Essa gente viaja até com criança as vezes. é uma loucura!”, já afirmou a personagem em cena.
Odete Roitman, versão 2025 está nas redes sociais, na internet, moderna e atualizada. Mas para viver, para interpretar essa vilã das vilãs, a Debora Bloch recorreu às origens, ao teatro.
Com 45 anos de carreira, além de viver muitas peles no teatro, Débora interpretou e segue interpretando inúmeras personagens no cinema e na televisão.
Poliana: Afinal, Debora. Odete, então, é teatral?
Debora: Odete é muito teatral. Eu acho que foi importante para mim eu ter tido essa formação no teatro para fazer essa personagem, porque ela tem um texto muito especial, muito saboroso, né? E são textos grandes, monólogos. Porque ela sola, ela fala sozinha praticamente.
Poliana: Você estreou no teatro aos 17 anos. Mas eu queria saber qual é a sua primeira lembrança de um teatro, aquela mais antiga, antes disso.
Debora: Bom, meu pai, Jonas Bloch é ator. Então, eu cresci no teatro, né? Eu cresci nos ensaios do meu pai, nas leituras de peças. Desde criança, eu assistia às peças que o meu pai fazia, Hamlet, Sonho de uma noite de verão. Por acaso, essa montagem de Hamlet que o Valmor fazia Hamlet e meu pai fazia Laertes, a Beatriz Segall fazia a rainha Gertrudes. E eu conheci a Beatriz aí, eu tinha 7 anos de idade.
Poliana: Qual é o seu ranking, top five, vamos dizer?
Debora: Ah, eu acho que Rasga Coração, que foi a minha estreia na peça do Oduvaldo Viana Filho, né? Depois, eu acho que foi meu primeiro filme. E eu nasci em Minas, apesar de ter saído de lá muito pequena, mas ali eu descobri Minas de um outro jeito, porque eu fiquei 4 meses filmando no Sertão de Minas e então aquilo para mim foi muito especial. Depois eu acho que são vários, mas eu acho que ‘Segunda Chamada’, a série que eu fiz foi muito transformador para mim. Eu assisti as aulas, eu conversei, convivi com essas professoras. E é um trabalho muito bonito, pouco reconhecido, né?
Depois eu acho que foi TV Pirata, porque eu até então só tinha feito heroínas em novela e de repente era um trabalho muito diferente na TV, com uma linguagem muito diferente, que eu me identificava com pessoas que eu admirava muito já do teatro.
Bete Balanço foi um personagem muito marcante. A Bete Balanço lá em 1984, assim como a Débora, exalavam as duas, liberdade. É, mas acho que amadurecer também é muito libertador.
Poliana: Então, olhando para aí esses dois momentos da sua vida, quem é mais livre ou quem era mais livre? A Débora de 21 ou a Débora de 62?
Debora: A de 62. Eu acho a maturidade é uma benção. É muito mais tranquilo. Você acalma e você já tem experiência. Você já entendeu o que você conseguiu, o que você não conseguiu. É uma coisa libertadora. Sendo essa eterna Bete Balanço, eu sei que também que onde você chega, a música que toca é Bete Balanço.
Poliana: Hoje, qual seria a trilha sonora para sua chegada?
Debora: Acho que seria um samba.
Poliana: E não é à toa, tá? Porque a Débora acabou de fazer aniversário e foi comemorado com muito samba.
Debora: Uma roda de samba, foi.
Poliana: Uma roda de samba que viralizou nas redes sociais, né? E você gosta de cantar?
Debora: Eu sou um pouco tímida para cantar. Foi a primeira vez que eu cantei assim e me arrisquei.
Poliana: Você sendo essa pessoa mais reservada e mais seletiva nas redes sociais, recentemente você postou o casamento da sua filha Júlia Bloch Anquier com a cantora Maria Beraldo. Em que momento que a emoção extravasa essa discrição?
Debora: Eu estava muito emocionada com esse casamento e foi muito lindo, foi muito emocionante e enfim, foi gostoso também de possar por isso.
Poliana: Esses dias eu estava em casa vendo Vale Tudo no sofá. Eu mesmo eu e meu marido e começa uma cena da Odete internada conversando com o filho Afonso. Aí de repente a gente se pega refletindo sobre o que a Odete falou. Que Odete é essa?
“Talvez eu até tenha nascido pra ser pai. Um pai ausente como quase todos. Um exemplo de sucesso, um provedor, com certeza. E vocês iam me amar se eu fosse pai”.
Debora: Eu acho que isso é a Manuela Dias, né? A autora. Eu acho interessante que ela não seja só a vilã. Ao mesmo tempo que ela é uma personagem é que fala coisas horríveis, né? Mas volta e meia ela traz alguma reflexão sobre a condição dela como mãe ou sobre a condição dela como mulher ou a relação dela com machismo. Não exatamente por isso ela vira uma pessoa legal. Eu acho que vai ser difícil as pessoas gostarem da Odete, viu? Ela vem ruim mesmo.
Como nas cenas exibidas essa semana, em que Odete despreza o filho Leonardo – uma novidade do remake.
Poliana: E aí é impossível não pensar que Odete está botando aquele corpão para jogo, né? É. A ideia era essa, né? Fazer uma mulher de 60 de 2025, né? Para encerrar, pensei numa brincadeira. Como será que Ana Machadão receberia Odete Roitman, quando ela fosse entregar o carro para consertar? Como será que Adelaide Catarina, a repórter, noticiaria a chegada de Odete Roitman ao Brasil? Como que Odete Roitman reagiria se Bete Balanço nascesse naquela família?
Debora: Ai não.
Poliana: Como é que a gente mistura isso?
Debora: Odete não ia não ia deixar Bete Balanço virar, Ela ia ter que fugir de casa mesmo.
Poliana: Olha, é um é uma mistura muito bonita olhar para sua para sua trajetória, ter assistido muita coisa que você já fez assim
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Poliana Abritta conversou com Débora Bloch – a atriz que interpreta a grande vilã de Vale Tudo. Odete Roitman não presta, mas o público até que tem uma pontinha de simpatia por ela.
A personagem fica ainda mais fascinante sendo interpretada por Bloch. Dona de uma carreira de muitos sucessos, ela praticamente nasceu no teatro e brilha também no cinema e na TV.
Odete está fazendo sucesso, mesmo destilando maldade e os memes já estão por toda parte.
“Chique não é ser exclusivo, Celina. Chique é ser único! (…) Essa gente viaja até com criança as vezes. é uma loucura!”, já afirmou a personagem em cena.
Odete Roitman, versão 2025 está nas redes sociais, na internet, moderna e atualizada. Mas para viver, para interpretar essa vilã das vilãs, a Debora Bloch recorreu às origens, ao teatro.
Com 45 anos de carreira, além de viver muitas peles no teatro, Débora interpretou e segue interpretando inúmeras personagens no cinema e na televisão.
Poliana: Afinal, Debora. Odete, então, é teatral?
Debora: Odete é muito teatral. Eu acho que foi importante para mim eu ter tido essa formação no teatro para fazer essa personagem, porque ela tem um texto muito especial, muito saboroso, né? E são textos grandes, monólogos. Porque ela sola, ela fala sozinha praticamente.
Poliana: Você estreou no teatro aos 17 anos. Mas eu queria saber qual é a sua primeira lembrança de um teatro, aquela mais antiga, antes disso.
Debora: Bom, meu pai, Jonas Bloch é ator. Então, eu cresci no teatro, né? Eu cresci nos ensaios do meu pai, nas leituras de peças. Desde criança, eu assistia às peças que o meu pai fazia, Hamlet, Sonho de uma noite de verão. Por acaso, essa montagem de Hamlet que o Valmor fazia Hamlet e meu pai fazia Laertes, a Beatriz Segall fazia a rainha Gertrudes. E eu conheci a Beatriz aí, eu tinha 7 anos de idade.
Poliana: Qual é o seu ranking, top five, vamos dizer?
Debora: Ah, eu acho que Rasga Coração, que foi a minha estreia na peça do Oduvaldo Viana Filho, né? Depois, eu acho que foi meu primeiro filme. E eu nasci em Minas, apesar de ter saído de lá muito pequena, mas ali eu descobri Minas de um outro jeito, porque eu fiquei 4 meses filmando no Sertão de Minas e então aquilo para mim foi muito especial. Depois eu acho que são vários, mas eu acho que ‘Segunda Chamada’, a série que eu fiz foi muito transformador para mim. Eu assisti as aulas, eu conversei, convivi com essas professoras. E é um trabalho muito bonito, pouco reconhecido, né?
Depois eu acho que foi TV Pirata, porque eu até então só tinha feito heroínas em novela e de repente era um trabalho muito diferente na TV, com uma linguagem muito diferente, que eu me identificava com pessoas que eu admirava muito já do teatro.
Bete Balanço foi um personagem muito marcante. A Bete Balanço lá em 1984, assim como a Débora, exalavam as duas, liberdade. É, mas acho que amadurecer também é muito libertador.
Poliana: Então, olhando para aí esses dois momentos da sua vida, quem é mais livre ou quem era mais livre? A Débora de 21 ou a Débora de 62?
Debora: A de 62. Eu acho a maturidade é uma benção. É muito mais tranquilo. Você acalma e você já tem experiência. Você já entendeu o que você conseguiu, o que você não conseguiu. É uma coisa libertadora. Sendo essa eterna Bete Balanço, eu sei que também que onde você chega, a música que toca é Bete Balanço.
Poliana: Hoje, qual seria a trilha sonora para sua chegada?
Debora: Acho que seria um samba.
Poliana: E não é à toa, tá? Porque a Débora acabou de fazer aniversário e foi comemorado com muito samba.
Debora: Uma roda de samba, foi.
Poliana: Uma roda de samba que viralizou nas redes sociais, né? E você gosta de cantar?
Debora: Eu sou um pouco tímida para cantar. Foi a primeira vez que eu cantei assim e me arrisquei.
Poliana: Você sendo essa pessoa mais reservada e mais seletiva nas redes sociais, recentemente você postou o casamento da sua filha Júlia Bloch Anquier com a cantora Maria Beraldo. Em que momento que a emoção extravasa essa discrição?
Debora: Eu estava muito emocionada com esse casamento e foi muito lindo, foi muito emocionante e enfim, foi gostoso também de possar por isso.
Poliana: Esses dias eu estava em casa vendo Vale Tudo no sofá. Eu mesmo eu e meu marido e começa uma cena da Odete internada conversando com o filho Afonso. Aí de repente a gente se pega refletindo sobre o que a Odete falou. Que Odete é essa?
“Talvez eu até tenha nascido pra ser pai. Um pai ausente como quase todos. Um exemplo de sucesso, um provedor, com certeza. E vocês iam me amar se eu fosse pai”.
Debora: Eu acho que isso é a Manuela Dias, né? A autora. Eu acho interessante que ela não seja só a vilã. Ao mesmo tempo que ela é uma personagem é que fala coisas horríveis, né? Mas volta e meia ela traz alguma reflexão sobre a condição dela como mãe ou sobre a condição dela como mulher ou a relação dela com machismo. Não exatamente por isso ela vira uma pessoa legal. Eu acho que vai ser difícil as pessoas gostarem da Odete, viu? Ela vem ruim mesmo.
Como nas cenas exibidas essa semana, em que Odete despreza o filho Leonardo – uma novidade do remake.
Poliana: E aí é impossível não pensar que Odete está botando aquele corpão para jogo, né? É. A ideia era essa, né? Fazer uma mulher de 60 de 2025, né? Para encerrar, pensei numa brincadeira. Como será que Ana Machadão receberia Odete Roitman, quando ela fosse entregar o carro para consertar? Como será que Adelaide Catarina, a repórter, noticiaria a chegada de Odete Roitman ao Brasil? Como que Odete Roitman reagiria se Bete Balanço nascesse naquela família?
Debora: Ai não.
Poliana: Como é que a gente mistura isso?
Debora: Odete não ia não ia deixar Bete Balanço virar, Ela ia ter que fugir de casa mesmo.
Poliana: Olha, é um é uma mistura muito bonita olhar para sua para sua trajetória, ter assistido muita coisa que você já fez assim
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