A Petrobras (PETR4) pode distribuir entre R$ 3,80 e R$ 4,20 por ação em dividendos ordinários em 2025, caso o barril de petróleo Brent se mantenha entre US$ 60 e US$ 65. A projeção está dentro da política de remuneração atual da estatal e considera um cenário realista diante da recente trégua nos conflitos no Oriente Médio, que derrubou o preço do petróleo no mercado internacional.
O recuo do Brent – com queda de 5% nos últimos pregões e negociações na casa dos US$ 66 para contratos futuros – impactou diretamente as ações da companhia na Bolsa, pressionadas pela expectativa de menor geração de caixa no curto prazo. No entanto, a distribuição de dividendos ainda pode se manter elevada se os preços do barril estabilizarem nesse novo patamar.
Cessar-fogo entre Israel e Irã derruba o preço do petróleo
A queda recente no preço do petróleo foi motivada pelo anúncio de cessar-fogo entre Israel e Irã, que reduziu o risco geopolítico sobre as exportações da commodity no Oriente Médio. O barril do Brent, que chegou a superar os US$ 80 em momentos de tensão, agora opera em torno de US$ 66, com projeções de estabilidade entre US$ 60 e US$ 65, segundo analistas do setor de energia.
Além disso, o envolvimento dos Estados Unidos em negociações diplomáticas e ataques pontuais a instalações iranianas aumentaram a volatilidade, mas também sinalizaram uma redução na escalada do conflito, trazendo alívio momentâneo para os mercados.
Impactos na política de dividendos da Petrobras
A política de remuneração ordinária da Petrobras permanece ativa e contempla a distribuição de 45% do fluxo de caixa livre após investimentos. No entanto, o pagamento de dividendos extraordinários está condicionado a decisões internas, contexto fiscal e às prioridades do governo federal – principal acionista da companhia.
Com as contas públicas sob pressão, há interesse por parte da União em maximizar os repasses via dividendos, o que pode favorecer o anúncio de dividendos adicionais em 2025. Ainda assim, essa decisão dependerá da aprovação do conselho de administração e das condições financeiras da estatal ao longo do segundo semestre.
Histórico recente de pagamentos
A Petrobras já realizou pagamentos em junho, com novas datas previstas para agosto e setembro, tanto de dividendos quanto de juros sobre capital próprio (JCP). O pagamento mais recente foi efetuado em 20 de junho, correspondente a valores anunciados ainda no primeiro trimestre.
Entre os próximos eventos, estão parcelas programadas de JCP e dividendos referentes ao exercício de 2024, conforme o cronograma divulgado aos acionistas. A manutenção de pagamentos regulares reforça o posicionamento da empresa como uma das maiores pagadoras de dividendos da Bolsa brasileira.
Projeção de dividendos em diferentes cenários
Com base na política vigente e na simulação do preço do petróleo, a Petrobras poderá pagar:
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Barril entre US$ 60 e US$ 65: R$ 3,80 a R$ 4,20 por ação
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Barril acima de US$ 70: Pagamentos podem superar R$ 5 por ação
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Barril abaixo de US$ 55: Distribuições podem cair para abaixo de R$ 3,50 por ação
As estimativas não consideram o eventual pagamento de dividendos extraordinários, que podem ser anunciados conforme o desempenho da companhia e decisões estratégicas do governo federal.
Cenário fiscal e eleições elevam atenção aos dividendos extraordinários
O cenário interno brasileiro também influencia a expectativa de distribuição adicional de proventos. Com o governo buscando ampliar a arrecadação e pressionado por metas fiscais e calendário eleitoral, dividendos extraordinários da Petrobras em 2025 ganham importância como possível instrumento de reforço ao caixa da União.
Membros do governo e da empresa têm sinalizado que alternativas estão sendo avaliadas para o anúncio futuro de proventos não recorrentes. No entanto, qualquer decisão depende de avaliação técnica e da conjuntura política e econômica dos próximos meses.
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