Professores da rede municipal de Belo Horizonte decidiram pela continuidade da greve, em assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (26). O grupo ocupou a avenida Afonso Pena em ato que pediu por melhores condições de trabalho. Uma nova assembleia está prevista para a próxima terça-feira (1).
De acordo com a presidente do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind Rede-BH), Vanessa Portugal, a paralisação vai continuar, embora a categoria entenda que “algumas das propostas atendem às reivindicações, não houve avanço sobre a questão da recomposição salarial”.
“A categoria considera que, mesmo com avanços pontuais em outros itens da pauta, a manutenção do reajuste rebaixado é um entrave para o fim da greve. O índice, abaixo da inflação acumulada, não ajuda a cobrir as perdas salariais históricas da categoria, tanto em relação à inflação, quanto em relação aos reajustes do Piso Nacional do Magistério. A ausência de propostas econômicas concretas para o ano de 2025 foi decisiva para a decisão coletiva de seguir em greve”, informou o sindicato em nota.
A greve foi aprovada no último dia 5 de junho. Os profissionais rejeitam a proposta de reajuste salarial apresentada pelo Executivo Municipal, que ofereceu um aumento de 2,49% aos educadores. O índice, segundo o sindicato, está abaixo do reajuste do Piso Nacional do Magistério para 2025, fixado em 6,27%.
Em comunicado após reuniões dos últimos dias, a PBH informou que apresentou medidas para tentar um acordo com os trabalhadores. Entre elas, se mantém a proposta de recomposição de 2,49%, que, conforme a prefeitura, recompõe a inflação registrada nos quatro primeiros meses deste ano. “A inflação de 2024 não foi levada em consideração porque o reajuste concedido no ano passado já contemplou todo o índice registrado e ainda houve ganho real nos contracheques”, diz o executivo.
Na reunião da terça (24), o Município prometeu ainda a correção inflacionária de 12 meses, ou seja, de maio a abril de 2026. O período corresponde à data-base fixada para o funcionalismo municipal, que é 1º de maio de cada ano. “Além disso, será feita a recomposição escalonada das perdas inflacionárias acumuladas entre 2017 e 2022, medidas pelo INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor], ao longo dos próximos dois anos”, continua o texto
Professores rejeitam propostas
O reajuste proposto pela Prefeitura de BH (PBH) foi de 2,49%, incluindo a correção do vale-refeição no mesmo percentual, com efeito retroativo a maio.
Conforme o Sind-Rede/BH o índice de reajuste é inferior à inflação acumulada dos últimos 12 meses e o menor índice de toda a Região Metropolitana de BH.
“O índice de reajuste proposto está abaixo do reajuste do Piso Nacional do Magistério (6,27%) e bem distante de outras cidades da região metropolitana, como Santa Luzia (8%), Ribeirão das Neves e Vespasiano (6,27%) e Betim (6,5%). Até mesmo o governo estadual reajustou os salários dos professores em 5,26%”, disseram em nota.
Para o sindicato, o reajuste proposto desvaloriza os profissionais da educação, mesmo diante do aumento na arrecadação municipal e do repasse ampliado de recursos do FUNDEB. Além disso, a entidade afirma que os recursos destinados à educação vêm sendo utilizados de forma desconectada das reais necessidades das escolas.
Ao BHAZ, a presidente do Sind-Rede/BH, Vanessa Portugal, disse nessa terça-feira (24) que o plano apresentado não atendia às necessidades da categoria. “Nós colocamos para a prefeitura que isso era insuficiente, porque desconhecia as perdas anteriores, quanto as perdas relativas às alterações na carreira e às diferenças de recomposição com relação ao piso”, pontuou.
A PBH se comprometeu a nomear 376 profissionais para os anos iniciais e outros professores aprovados em concurso vigente. O número também não foi aprovado pelo sindicato de professores: “É insuficiente para suprir as demandas que estão colocadas na escola. Isso é um ponto importante da nossa greve, mas isso independente da greve é uma obrigação da prefeitura, porque ela tem que garantir que tenha professor nas escolas para atender às crianças”.
O post Professores da rede municipal de BH decidem pela continuidade da greve apareceu primeiro em BHAZ.