Erro comum em Tesouro Direto: 93% dos investidores falham na escolha entre IPCA+ 2029 e Prefixado 2028

Com a recente escalada nas tensões comerciais globais e alta volatilidade nos mercados, investidores brasileiros estão em dúvida entre aplicar no Tesouro IPCA+ 2029 ou no Tesouro Prefixado 2028. Uma análise detalhada mostra que 93% das pessoas cometem um erro crucial ao fazer essa escolha: não consideram o cenário inflacionário real e a taxa implícita entre os títulos.

Cenário de volatilidade favorece decisões embasadas

O aumento das tarifas dos EUA sobre produtos chineses — que subiram de 104% para 125% — gerou forte impacto nos mercados, afetando até gigantes como Petrobras e Vale. Diante disso, o SP500 saltou até 7% em um dia, evidenciando a sensibilidade dos ativos a eventos externos. No Brasil, essa volatilidade também influencia o Tesouro Direto.

IMAB5 vs IMAB5+: como classificar os títulos

Segundo a Ambima, os títulos públicos são separados em dois índices principais:

  • IMAB5: Tesouros com vencimento inferior a 5 anos (como IPCA+ 2029 e Prefixado 2028);

  • IMAB5+: Vencimentos superiores a 5 anos (como IPCA+ 2040 e 2050).

Isso é essencial para entender o comportamento de curto e longo prazo dos papéis.

Inflação implícita: a chave para decidir

Ao comparar o Tesouro IPCA+ 2029 (IPCA + 7,78%) com o Prefixado 2028 (14,26%), o investidor precisa calcular qual a inflação implícita considerada para os dois renderem o mesmo. Usando a fórmula de Fisher, descobre-se que o IPCA previsto precisaria ser de 6,01% ao ano para igualar a rentabilidade do título prefixado.

Boletim Focus x Cenário pessimista x Otimista

Com base nas previsões do Boletim Focus:

  • 2026: 5,65%

  • 2027: 4,50%

  • 2028: 4,00%

Nesse cenário, a rentabilidade do IPCA+ 2029 seria de 43%, contra 49,17% do Prefixado 2028, favorecendo o prefixado.

Já em um cenário pessimista, com inflação estimada em 7%, 5,5% e 6%, o IPCA+ atinge 49,82%, superando por pouco o prefixado. Em um cenário otimista, a inflação mais controlada faz o IPCA+ render apenas 42,87%.

A escolha baseada em dados

A lição final é clara: não se deve investir por modismo ou opinião alheia. A análise mostra que o prefixado pode ser mais vantajoso em vários cenários. Especialmente para curto prazo, a previsibilidade e a taxa nominal garantida de 14,26% tornam o Prefixado 2028 uma escolha mais segura — a menos que a inflação dispare.

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