
Produtos midiáticos e de cosméticos são queridos entre os brasilienses por sua qualidade e diversidade. Desfiles fazem parte das atrações do Festival do Japão, em Brasília
Divulgação
A China, Coreia do Sul e Japão são famosos por suas culturas marcantes e modernas, que estão cativando cada vez mais fãs pela capital.
O g1 falou com moradores de Brasília que são fãs de k-pop, doramas, j-beauty e animes. Eles dizem que esses temas fazem sucesso pela variedade e qualidade (veja entrevistas mais abaixo).
Já o professor Marcus Lira, diretor do Instituto Rei Sejong na Universidade de Brasília (UnB), diz que os jovens brasileiros receberam bem a cultura desses países devido uma a junção de fatores como acessibilidade, familiaridade e uma pitada de novidade.
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Dados de 2024, do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), mostram que mais de mil japoneses vivem em Brasília; É a maior comunidade do leste asiático na cidade;
Em seguida, vêm os chineses, com 305 moradores.
Entenda os termos
🎶 K-pop: é a música pop da Coreia do Sul. Tem danças marcantes e visuais chamativos.
🎥 Animes: são animações, com as mais famosas feitas no Japão. Têm estilo próprio, com olhos grandes e traços detalhados. As histórias são variadas, desde ação até temas mais profundos. Muitos são baseados em mangás.
📺 Doramaa: são séries asiáticas, principalmente da Coreia, Japão e China. Costumam focar em romance, drama e aspectos da cultura local.
💄 J-beauty: é o estilo japonês de cuidar da pele. Usa poucos produtos e valoriza uma rotina simples. A ideia é manter a pele bonita e saudável com cuidados suaves.
🔍 Os prefixos K-, J- e C- indicam a origem de produtos culturais da Coreia do Sul, Japão e China. Exemplos: K-pop, J-beauty e C-drama. Eles ajudam a identificar o estilo e o país de origem dessas tendências.
K-pop
Fantástico vai a Seul entender por que o k-pop conquistou o Brasil e o mundo
O K-pop, como é conhecido o estilo musical do pop coreano, teve suas primeiras boy bands em 1990. O estilo ganhou mais popularidade no mundo todo em 2012, com o sucesso da música “Gangnam Style”.
Cecília Freire, de 16 anos conta que diz que o estilo é muito diverso. Segundo ela, há músicas para cada momento e emoção.
Cecília conta que se sentiu acolhida na comunidade de fãs, para ela a diversidade de estilo dentro do próprio pop coreano torna possível encontrar algo que atraia o interesse de diferentes gostos.
“O K-pop virou uma forma de expressão pra muita gente. É um estilo que valoriza arte, esforço e comunidade. Além disso, tem muita representatividade e conexão emocional com os fãs, o que atrai bastante, principalmente para nós, adolescentes, fala Cecília.
O executivo Joon Sik Park, da produtora Hello 182, explica por que o K-pop é “seguro” e “vibrante”.
“O K-pop está sempre procurando uma vibe boa. A letra não é agressiva. Isso dá uma boa impressão para os pais. E as pessoas podem dançar juntas. Eu acho que isso encanta o mundo e a América Latina”, afirma Joon.
Animes
Personagens correndo no anime Naruto
Reprodução
A paixão por animes entre os brasileiros começou na TV nos anos 1990. Inicialmente as produções japonesas eram uma escolha fácil para preencher as grades infantis de emissoras de TV do Brasil, pelo baixo custo de venda e dublagem.
Mas foi na pandemia que o Brasil se tornou o terceiro maior mercado de animes fora do Japão. De acordo com a consultoria Parrot Analytics, a procura por conteúdos de anime cresceu 118% no mundo todo entre 2020 e 2021.
O interesse dos brasileiros não para por aí, a população brasileira contada no Japão é de 210.471, segundo dados do 2023 do Itamaraty.
Leonardo Damasceno, de 25 anos assiste a animes desde 2014, conta que no “universo dos animes”, também é muito comum que se tenham comunidades, elas são compostas por pessoas das mais variadas idades, o que ainda é alvo de preconceito, segundo o jovem. Para ele, “Anime é muito mais pra adulto do que pra criança”.
“Claro que crianças podem assistir, mas os animes geralmente abordam temas sensíveis. Eles trazem mensagens sobre fé, esperança, lições de vida, às vezes só um alivio cômico. Tudo vai de como você quer ver”, explica Leonardo.
Leonardo diz que os animes são animações bem feitas, que não podem ser chamadas de “desenho”, devido ao nível de detalhe e complexidade feito nos animes. Ele também destaca a variedade de estilos, com opções para todos os gostos e momentos.
Além desses fatores, ele diz que acredita que a popularidade se dá por ser um conteúdo de fácil acesso.
Doramas
Imagem ilustrativa de k-drama
Divulgação
Os doramas nãos são produzidos só na Coreia, mas os mais famosos vêm de lá. E os brasileiros estão entre os que mais assistem a essas séries no mundo.
Tudo começou com investimento público. Em 1993, Jurassic Park, produzido em Hollywood, ficou quatro meses em cartaz na Coreia do Sul, sempre esgotado. Isso fez o governo perceber o potencial do setor e investir na produção de conteúdo local.
Durante a pandemia, o público das séries coreanas cresceu muito. Uma plataforma de streaming focada em produções asiáticas cresceu 150% no Brasil entre 2020 e 2022.
Dos 90 milhões de usuários no mundo, 11 milhões são brasileiros. Os dorameiros passam mais de duas horas online quando acessam a plataforma.
A dorameira, Daisy Pumar de 60 anos, conta com o dorama trouxe “luz” para sua vida. Por meio deles, ela começou a aprender sobre uma nova cultura, passou a fazer parte de uma comunidade com pessoas de vários estados, com idades entre 20 e 74 anos e se reúne ocasionalmente com a comunidade.
“Ele me chamou atenção por ser um dorama juvenil sem apelação sexual, a dedicação e busca pelo estudo e crescimento pessoal, respeito a família e aos mais velhos”, fala Daisy.
J-beauty
Imagem ilustrativa de mulher japonesa
Michael Buckner/ Getty Images via BBC
A pele “vitrificada” das japonesas chama atenção no mundo todo. Esse efeito vem de uma cultura de cuidados com a pele que, no Japão, é ensinada desde cedo.
Fora do país, o J-beauty só ficou mais conhecido por volta de 2023, quando muitas pessoas começaram a buscar rotinas de beleza mais simples.
Thalita Pereira, de 30 anos, usa os produtos japoneses desde 2022, quando os descobriu nas redes sociais. Ela conta que os produtos são fáceis de achar no mercado.
Sobre os produtos para a pele, Thalita começou a usar há pouco tempo. Mas também achou a qualidade superior, como aconteceu com os de cabelo. Mas a ambas ela destacou como “impecáveis”.
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