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Ainda de acordo com ela, trata-se de uma “maneira do Governo Federal e da esquerda de introduzir a literatura brasileira, que é entendida por eles como material a ser trabalhado em sala de aula”. Apesar de não ter apresentado documentos que embasassem o pedido, disse ter sido motivada por pais que a alertaram sobre o conteúdo da obra.A vereadora sugeriu que a inclusão de Jorge Amado no currículo escolar, um “escritor comunista”, estaria ligada a uma tentativa de “infiltração da esquerda” por meio do conteúdo literário.Livro pode ser excluído das escolas?Ao contrário de filmes e outros tipos de mídia, não há obrigatoriedade de indicação etária para livros no País, já que o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), órgão responsável pela regulamentação, não os considera produtos classificáveis. Dessa forma, fica a critério das editoras sugerir ou não uma faixa etária.ABL repudiam a propostaDiante da polêmica, a Academia Brasileira de Letras (ABL) divulgou uma nota de repúdio assinada por Merval Pereira, presidente da instituição, na quinta-feira, 3. De acordo com a entidade, o projeto de exclusão da obra “chega a ser patético”.”A Academia Brasileira de Letras vem mais uma vez se posicionar contra a tentativa de censura a livros, como acontece agora em Santa Catarina. Escrito em 1937, o livro Capitães de Areia vem sendo admirado desde então. O acadêmico Jorge Amado, um dos nossos maiores escritores, reconhecido internacionalmente, ser discriminado por suposta influência política comunista, a essa altura do século 21, chega a ser patético. Até porque Jorge Amado renegou o comunismo em 1956″, diz a nota.“A Academia Brasileira de Letras reafirma seu compromisso com a liberdade de expressão e com o valor da literatura na formação crítica dos jovens”, continuou a academia.