Greve de médicos peritos do INSS chega ao fim após 235 dias e afeta mais de 2 milhões de pessoas

A mais longa greve já registrada entre os médicos peritos do INSS chegou ao fim após 235 dias de paralisação. Iniciada em 2023, a mobilização envolveu cerca de 300 profissionais representando 10% da categoria e afetou diretamente mais de 2 milhões de brasileiros que aguardavam por perícia médica para acesso a benefícios sociais.

O principal motivo da greve foi o não cumprimento de um acordo firmado em 2022, que previa metas individuais para os profissionais. Após intensas negociações, os grevistas conseguiram garantir que não haverá punição e que os dias não trabalhados serão repostos.

Decisão judicial e fim da paralisação

Em janeiro de 2024, o governo federal havia suspendido o ponto dos grevistas, decisão que foi posteriormente mantida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Já em abril, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma investigação sobre possíveis excessos cometidos durante a greve.

A movimentação nas instâncias judiciais gerou pressão adicional, contribuindo para a retomada do diálogo entre o governo e os representantes dos médicos peritos, culminando no encerramento da paralisação.

Impacto para a população

Com mais de 2 milhões de pessoas afetadas, a greve agravou a já extensa fila de espera para a concessão de benefícios do INSS, como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, que dependem de perícia médica.

Quem não conseguiu atendimento durante o período da greve deve recorrer aos canais digitais da Previdência. É possível reagendar a perícia pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135. Para afastamentos de até 180 dias, a plataforma também permite o envio de laudos médicos e documentos, sem necessidade de comparecer presencialmente às agências.

Normalização gradual

Com o retorno dos peritos ao trabalho, a expectativa é de que a fila de atendimentos comece a ser reduzida nas próximas semanas. O INSS ainda não divulgou um cronograma oficial de normalização, mas informou que dará prioridade aos casos mais antigos e urgentes.

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