Acusado de matar acreana queimada vai a júri popular no MT: ‘Não abro mão da justiça’, diz mãe da vítima


Djavanderson de Oliveira de Araújo é acusado de matar e queimar Juliana Valdivino Silva, de 18 anos, em setembro do ano passado. Julgamento será em Paranatinga na próxima sexta-feira (11). Djavanderson de Oliveira Araújo está preso desde o dia 16 de setembro
Arquivo pessoal
O jovem Djavanderson de Oliveira de Araújo, ex-namorado e principal suspeito pela morte da acreana Juliana Valdivino da Silva, de 18 anos, vai a júri popular por feminicídio na próxima sexta-feira (11) em Paranatinga, interior de Mato Grosso, onde o crime ocorreu.
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Juliana teve 90% do corpo queimado em setembro do ano passado. O g1 tentou contato com a defesa do acusado, mas não conseguiu retorno até a última atualização desta reportagem.
O início do julgamento está marcado para às 8h no horário de Brasília, na 1ª Vara da Comarca de Paranatinga.
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Ao g1, a mãe de Juliana, Rosicléia Magalhães, contou que devido à família do réu morar no município onde ocorrerá o julgamento, ela foi orientada pelo Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT) a acompanhar o júri por videoconferência na sala da advogada da família, em Rio Branco, sem se deslocar a Cuiabá.
Sobre a expectativa para o resultado do júri, Rosicléia afirmou que espera a punição de Djavanderson.
“Esse jovem, por mais que ele seja jovem, deixou de estudar, optou pelo crime e deve pagar pelos seus erros para que se torne um cidadão de bem. Então, precisa se arrepender dos seus atos para que ele seja promovido como um cidadão de bem. E eu não abro mão da justiça. Ele pagará pelo crime”, avalia.
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Investigação
Conforme a polícia mato-grossense, Juliana foi atacada pelo ex na noite do dia 9 de setembro quando foi até a casa dele. Segundo o delegado Gabriel Conrado Souza, foi apurado que no dia do crime Djavanderson foi até um posto de combustível da cidade e comprou álcool.
Mais tarde, ele atraiu a jovem até a sua casa, no bairro Jardim Ipê, onde jogou o líquido na jovem, a incendiou, e também acabou se ferindo. Ela passou 15 dias internada e morreu em Cuiabá, capital do Mato Grosso.
O suspeito foi preso 7 dias após o crime e também precisou ficar internado. À polícia, ele disse que havia, na verdade, tentado suicídio e o álcool acabou caindo na jovem.
Juliana Valdivino da Silva, de 18 anos, morreu em setembro do ano passado
Reprodução
Dor e luta
Em janeiro, o acusado e pelo menos oito testemunhas foram ouvidos durante a audiência de instrução. A sessão chegou a ser remarcada devido a uma enchente que atingiu o município de Paranatinga.
A família de Juliana é assessorada pela advogada Elenira Mendes, que entrou como assistente de acusação no processo. Para a profissional, as provas retratam que o crime foi premeditado por Djavanderson.
“Que haja condenação, em virtude de todo o conteúdo probatório que consta nos autos, desde a perícia, aos relatos, as mensagens, a premeditação, comprovada, baseada no depoimento também do frentista, que o reconheceu horas antes do crime”, afirmou a advogada Elenira Mendes, assistente de acusação e representante da família.
As investigações apontam que no dia 9 de setembro, Djavanderson criou uma narrativa para atrair a jovem até sua casa. Ele comprou 12 litros de álcool em um posto de combustíveis e esperou que ela chegasse ao local.
Na residência, ele jogou o líquido sobre a garota e ateou fogo. Ele também acabou se ferindo, e foi internado no mesmo hospital, onde ficou acompanhado por policiais.
Enquanto espera pela devida punição para o caso, Rosicléia diz que não quer que o caso seja esquecido. O objetivo da mãe é que casos de feminicídio no país sejam discutidos e, assim, combatidos.
“É uma coisa muito grave. É um dos crimes que tem acontecido no Brasil muito grave. E eu não quero que aconteça com outras pessoas, por mais que aconteça, a gente trabalha pra que não aconteça, a gente luta. E eu quero que esse caso da Juliana seja divulgado sempre que puder, pra que não seja esquecido, finalizou.
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