VALE3 abaixo de R$ 50 e MRVE3 afundando: hora de montar posição ou vender tudo?

Os investidores que acompanhavam com expectativa os resultados de Vale3 e MRVE3 no primeiro trimestre de 2024 se depararam com números decepcionantes. Enquanto isso, ações do setor de tecnologia nos Estados Unidos chamam atenção por estarem negociadas a preços muito abaixo da média histórica.

Queda na produção da Vale, mas vendas salvaram o trimestre

A Vale (VALE3) apresentou uma redução na produção de minérios, especialmente minério de ferro, porém conseguiu compensar parcialmente com o aumento nas vendas. O que salvou o balanço da mineradora foi o estoque disponível, que permitiu sustentar as entregas mesmo com preços 10% menores em relação ao trimestre anterior.

Pontos de destaque:

  • Minério de ferro: vendas aumentaram, apesar da queda no preço.

  • Níquel: crescimento de 17% nas vendas, impulsionando o desempenho geral.

  • Expectativa futura: a ação caiu 1% com os investidores antecipando resultados fracos. Caso a VALE3 volte a cair abaixo de R$ 50, pode ser considerada uma das ações mais descontadas da bolsa.

MRVE3 decepciona com repasses travados e prejuízo no caixa

Já a MRV (MRVE3) sofreu com entraves operacionais relevantes. A companhia vendeu R$ 2,7 bilhões no trimestre, mas não recebeu repasses de 100 unidades em regiões como Manaus, Ceará e Rio Grande do Sul, o que causou um rombo de R$ 48 milhões no caixa.

Panorama da MRV:

  • Venda recorde, mas sem caixa: o impacto negativo dos repasses não recebidos ofuscou o desempenho positivo das vendas.

  • Dependência do Minha Casa Minha Vida: a empresa aposta na nova Faixa 4 do programa para impulsionar os próximos trimestres.

  • Dívida elevada: o alto endividamento pode se tornar um risco ainda maior se o cenário macroeconômico não favorecer o setor.

Ações de tecnologia nos EUA: baratas, mas com risco elevado

Em contraste com o cenário brasileiro, diversas empresas de tecnologia dos EUA estão sendo negociadas com grandes descontos no valor patrimonial (P/VPA). Um exemplo citado foi a Alpha Semiconductor, que apesar de apresentar prejuízos recentes, possui patrimônio líquido positivo e forte geração de receita.

Oportunidades observadas:

  • ON Semiconductor (ON): P/VPA de 1,72, lucro por ação crescente e margem líquida de 22%.

  • Alpha Semiconductor: patrimônio abaixo de 1, mas com caixa superior às dívidas e histórico de lucros intercalados.

  • Riscos: empresas como a CUR, apesar de crescerem em receita, seguem acumulando prejuízos relevantes – sinal de alerta para investidores mais conservadores.

Bancos e grandes fundos vendendo participação: sinal vermelho?

Um fato relevante destacado foi a movimentação do banco da Noruega, que reduziu sua participação na empresa Risen, indicando desconfiança no curto prazo. Apesar de a empresa ter recomendação de compra com preço-alvo de R$ 2,90, as vendas de grandes fundos estão puxando os preços para baixo.

O que tudo isso significa para o investidor?

Em um cenário de incerteza, a prudência é a melhor aliada. Ações como VALE3 e MRVE3 podem oferecer oportunidade no longo prazo, principalmente se os preços caírem ainda mais. No entanto, é fundamental observar:

  • Resultados operacionais consistentes.

  • Redução de dívidas.

  • Perspectivas macroeconômicas.

Nos Estados Unidos, as ações tecnológicas baratas podem ser promissoras para investidores com apetite por risco e visão de longo prazo. Mas a análise precisa ser profunda: nem toda ação barata é uma boa oportunidade.

Se o objetivo é encontrar valor descontado na bolsa, VALE3 pode ser um ativo estratégico, especialmente se recuar abaixo dos R$ 50 novamente. Já a MRVE3 exige cautela — apesar das boas vendas, a fragilidade do caixa e o alto endividamento levantam alertas importantes.

Nos EUA, o setor de semicondutores parece esconder diamantes brutos, mas o investidor precisa filtrar bem os números: receita crescente não garante lucro, e o histórico de prejuízos deve ser avaliado com lupa.

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