O fundo imobiliário SNFF11 (Suno FoF) divulgou seu relatório referente a maio de 2025, informando a manutenção do rendimento de R$ 0,72 por cota, pago aos cotistas, apesar de registrar prejuízos em operações e redução da reserva acumulada. O documento, publicado em 23 de junho, destaca ainda o aumento das compras no ativo Helg, que já representa a maior posição do portfólio.
Com patrimônio de aproximadamente R$ 300 milhões, o SNFF11 segue negociando ao redor de R$ 70 por cota no mercado secundário, abaixo de seu valor patrimonial. O chamado “duplo desconto” do fundo — que considera o deságio da cota de mercado sobre o valor patrimonial e o desconto das cotas dos fundos que ele carrega — está em um patamar elevado, próximo de 43%, tornando-o um dos poucos FOFs ainda nesse nível.
Reservas caem e prejuízos se acumulam
Embora tenha distribuído R$ 0,72 por cota no mês, o fundo apurou um resultado financeiro de apenas R$ 0,68, registrando prejuízo em vendas realizadas no período. Desde janeiro, a reserva para distribuição vem sendo consumida gradativamente, passando de R$ 0,82 para R$ 0,53 por cota em maio.
O gráfico abaixo resume a evolução recente dos principais indicadores do SNFF11:
Indicador | Janeiro/2025 | Maio/2025 |
---|---|---|
Reserva por cota (R$) | 0,82 | 0,53 |
Resultado do mês (R$/cota) | — | 0,68 |
Dividendos pagos (R$/cota) | — | 0,72 |
Duplo desconto (%) | ~35 | 43 |
Patrimônio líquido (R$ milhões) | — | 300 |
A principal movimentação do mês foi o reforço na posição em Helg, que já vinha crescendo nos meses anteriores. Por outro lado, o fundo vendeu posições em TRXF11, BTLG11 e GGRC11, em alguns casos assumindo prejuízos nas operações.
A gestão afirma que a estratégia busca aproveitar oportunidades de mercado e manter a atratividade do portfólio para gerar valor no longo prazo. No entanto, o aumento do peso de Helg no portfólio e a redução das reservas de caixa acendem um alerta para os próximos meses, caso o resultado operacional não acompanhe a distribuição.
Expectativas para o segundo semestre
Apesar de o guidance indicar a manutenção dos R$ 0,72 por cota pelo menos até o final do primeiro semestre, o cenário para o segundo semestre permanece incerto. O fundo enfrenta o desafio de equilibrar dividendos, reservas e rentabilidade, em um mercado de fundos de fundos (FOFs) que ainda apresenta forte concorrência e deságios significativos.
O descompasso entre resultado e distribuição reforça a importância de os investidores acompanharem de perto os relatórios mensais, sobretudo para monitorar a saúde financeira e a sustentabilidade dos rendimentos prometidos.
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