Ibovespa reage e fecha em alta após tensão com Trump e risco fiscal

O Ibovespa interrompeu uma sequência de sete quedas consecutivas e fechou em alta nesta quarta-feira, mesmo em meio a uma série de notícias que agitaram os mercados locais e internacionais. O principal índice da bolsa brasileira avançou 0,19%, encerrando o dia aos 135.511 pontos, após ter chegado a operar no vermelho por boa parte do pregão.

O dia foi marcado por uma verdadeira montanha-russa no humor dos investidores, influenciada por fatores políticos, econômicos e judiciais, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Impacto das tensões políticas entre Lula e Trump

No início do pregão, a divulgação de uma pesquisa mostrando queda na desaprovação do presidente Lula — interpretada como resultado de seu embate com Donald Trump — azedou o mercado. Investidores temem que a melhora na popularidade do governo brasileiro reduza o ímpeto por reformas fiscais.

Além disso, declarações de Trump nos EUA, insinuando demissão do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e depois recuando, aumentaram a volatilidade nos mercados globais.

Empresas em destaque e fatores econômicos

Entre as ações, Petrobras recuou acompanhando a queda do petróleo, enquanto Embraer sofreu devido à expectativa de que tarifas de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros favoreçam concorrentes como Airbus e Bombardier. Por outro lado, a Vale se beneficiou de alta de 1% no minério de ferro em Dalian.

O mercado também reagiu a notícias de que o STF pode ouvir o governador Tarcísio de Freitas sobre possível participação na chamada “minuta do golpe”, o que adicionou incerteza política ao cenário.

Apesar disso, o Ibovespa ganhou fôlego no final da sessão, impulsionado possivelmente por fluxo estrangeiro, ajustes técnicos antes de vencimentos de opções na B3 e redução do tom de Trump em relação à China.

Juros, dólar e risco fiscal

Os juros futuros subiram no Brasil, pressionados pelo risco fiscal após a aprovação da PEC dos precatórios e cautela antes de leilões do Tesouro. O dólar oscilou bastante e fechou em alta de 0,2%, cotado a R$ 5,57.

No exterior, a inflação mais baixa nos EUA contribuiu para reduzir parte da tensão, mas não impediu a cautela no mercado local.

Tabela: Fechamento dos principais indicadores do dia

Indicador Fechamento Variação
Ibovespa 135.511 pts +0,19%
Dólar comercial R$ 5,57 +0,2%
Petrobras (PETR4) queda com petróleo
Embraer (EMBR3) queda acentuada com tarifas EUA
Vale (VALE3) alta +1% minério
Juros futuros em alta risco fiscal

Especialistas apontam que o mercado continua sensível às perspectivas fiscais do Brasil, enquanto teme uma escalada de tarifas comerciais e incertezas políticas. A melhora na popularidade de Lula pode aumentar os gastos do governo e reduzir a confiança em um ajuste fiscal. Como destacou um analista: “o mercado não tem paciência para improvisos fiscais e prefere compromisso com as contas públicas”.

Mesmo diante das incertezas, o movimento de recuperação do Ibovespa hoje indica que investidores continuam atentos a oportunidades e ajustes técnicos, à espera de mais clareza sobre a política econômica brasileira e o cenário externo.

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