Banco do Brasil cai 30% e desafia investidores: hora de comprar ou esperar?

A recente queda de 30% nas ações do Banco do Brasil (BBAS3) vem gerando discussões acaloradas entre investidores: trata-se de uma grande oportunidade de compra ou de um risco camuflado?

Enquanto outros bancos como Itaú, Bradesco e Santander acumulam altas expressivas no ano — entre 17% e 41% —, o Banco do Brasil nadou contra a maré, recuando cerca de 12% no acumulado do ano e 30% desde o pico recente. Essa performance inferior reflete problemas específicos da instituição, segundo analistas.

Lucro em queda e inadimplência crescente

Os últimos trimestres do banco mostram uma deterioração nos resultados. O lucro líquido, que chegou a R$ 9,5 bilhões no auge de 2024, caiu para R$ 4,18 bilhões no 1º trimestre de 2025. Essa retração aproxima os números do banco aos patamares de 2021, quando a ação negociava na casa dos R$ 18 a R$ 19 — justamente onde alguns analistas acreditam que ela pode voltar, caso os lucros sigam em baixa.

O aumento da inadimplência também pressiona os resultados. A expectativa para o próximo trimestre é que os atrasos acima de 90 dias cresçam ainda mais, o que pode comprimir o lucro anual previsto de R$ 39 bilhões para algo próximo a R$ 29 bilhões.

Movimento contrário ao setor

Enquanto os demais bancos aproveitam a recuperação econômica e o ambiente de juros para expandir seus lucros, o Banco do Brasil enfrenta questões internas. Segundo especialistas, o impacto sobre o índice de Basileia, ajustes contábeis e aumento das provisões para perdas explicam por que apenas o BB sentiu os “canhões”, enquanto os rivais tocam “violinos” para os investidores.

O gráfico abaixo mostra a performance dos principais bancos no ano:

Banco Alta/baixa no ano Queda desde o pico
Banco do Brasil -12% -30%
Itaú (ITUB4) +26% -8%
Bradesco (BBDC4) +41% -2%
Santander (SANB11) +17% -9%

Muitos investidores se apressam para vender ações de bancos que subiram para comprar Banco do Brasil na baixa. No entanto, especialistas alertam que trocar “rosas” por “ervas daninhas” pode ser um erro.

Grandes investidores defendem que é melhor usar reservas de oportunidade — normalmente em renda fixa — para novos aportes, em vez de vender ativos em alta e pagar impostos desnecessariamente. O cenário sugere paciência: oportunidades aparecem com frequência e a pressa para girar a carteira pode custar caro.

O Banco do Brasil pode, sim, representar uma boa oportunidade para quem tem uma estratégia clara e paciência para esperar a recuperação, mas exige cautela. A decisão entre aportar mais ou apenas manter a posição deve levar em conta o portfólio, a reserva de oportunidade e a capacidade de esperar “as rosas florescerem”, como disse Peter Lynch.

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