De 16 de julho a 7 de setembro, o FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica – ocupa o Centro Cultural Fiesp, na Avenida Paulista, com a exposição SYNTHETIKA: A Era da Criatividade Artificial. Com entrada gratuita, o festival propõe uma imersão radical nas novas formas de criação que emergem da colaboração entre humanos e inteligências artificiais.
Criatividade sintética: entre falha e invenção
A edição deste ano gira em torno do conceito de “alucinação” das IAs — erros ou desvios que, no universo artístico, se revelam como formas surpreendentes de invenção. Em vez de buscar respostas corretas, os artistas presentes exploram os desvios da máquina como território fértil para uma nova estética, onde o erro se transforma em linguagem.

Obras que desafiam sentidos e redefinem a autoria
Entre os destaques, Unreal Pareidolia, de Scott Allen, propõe que a IA crie imagens a partir de sombras, gerando interpretações visuais únicas. Em ReCollection, os artistas Weidi Zhang e Rodger Luo permitem que o visitante descreva uma memória em qualquer idioma — a IA, então, cria imagens em tempo real com base nesse relato pessoal.
Mario Klingemann, referência internacional na arte com IA, apresenta três videoclipes criados por redes neurais que embaralham identidade, linguagem e delírio. Já Transformirror, de Daito Manabe e Kyle McDonald, reinventa o espelho como um espaço de constante transformação sintética.
Natureza reinterpretada por dados e algoritmos
Nesta edição, a natureza não é apenas tema — ela é traduzida por processos digitais. Em Aquarela de Íons, dados solares são transformados em paisagens sensoriais. Spiral of Time, de Edwin van der Heide, mergulha os visitantes na paisagem sonora da Floresta Amazônica. Já Visual Bird Sounds, de Andy Thomas, transforma o canto dos pássaros em explosões visuais impressionantes.

Novos corpos, novas arquiteturas, novas espécies
Outros trabalhos abordam temas como vigilância digital (Are you observing or being observed?, de Vitória Cribb), edição genética (Hunter and Dog, de Frederik De Wilde) e arquitetura gerada por IA (Hassan Ragab). Em Ouvir, do artista Craca, pássaros sintéticos respondem em tempo real a sons emitidos pelo visitante, criando composições sonoras únicas.
A experiência infantil Deep Field, criada para o MoMA, convida crianças e adultos a desenhar plantas imaginárias. A partir do traço, a IA cria espécies 3D que habitam um ecossistema em constante transformação sonora e visual.

93 artistas, 30 países, 16 brasileiros
Ao todo, SYNTHETIKA reúne 93 artistas de 30 países, com 16 brasileiros no time. A proposta é atravessar linguagens, dissolver fronteiras entre disciplinas e criar experiências que colocam o visitante frente a frente com o presente em mutação.
Para Débora Viana, Gerente Executiva de Cultura do SESI-SP, o festival reafirma seu papel na formação de público e no fortalecimento da economia criativa. “Receber o FILE no Centro Cultural Fiesp é um gesto de democratização cultural e reflexão sobre arte, tecnologia e sociedade.”

Abertura com performance audiovisual inédita
A abertura oficial do FILE 2025 será marcada pela performance Lost Communications, dos artistas An-Ting e Ian Gallagher, no dia 15 de julho, às 19h. A apresentação combina música eletrônica, sons da natureza e visuais gerados por IA em tempo real, criando uma experiência sinestésica com apoio do British Council e da organização Cryptic Glasgow.

Workshops gratuitos: arte, ecologia e tecnologia
Entre os dias 16 e 18 de julho, o festival oferece uma série de workshops gratuitos sobre interatividade, animação e ecologia crítica. As inscrições estão abertas a estudantes, artistas e interessados em geral, com vagas limitadas. Inscrições pelo link: https://forms.gle/CA4Hmig1Kdi3wE6CA
Serviço
FILE 2025 – SYNTHETIKA: A Era da Criatividade Artificial
Centro Cultural Fiesp – Av. Paulista, 1313 – São Paulo (SP)
De 16 de julho a 7 de setembro de 2025
Terça a domingo, com entrada gratuita
Mais informações: www.file.org.br
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