Setor elétrico supera renda fixa e Ibovespa com alta de 219% em 10 anos

O setor elétrico da bolsa brasileira se consolidou como um dos mais rentáveis para investidores de longo prazo. Nos últimos dez anos, as ações que compõem o Índice de Energia Elétrica (IEE) acumularam valorização de 219%, superando o Tesouro IPCA+ (166%), o Ibovespa (158%) e o CDI (143%).

Em um momento de juros elevados, títulos do Tesouro Selic pagando até 15% ao ano e inflação controlada, muitos investidores têm dúvidas sobre onde alocar o capital: renda fixa ou ações. O estudo mostra que, mesmo com a volatilidade de curto prazo, as elétricas entregaram retornos superiores no longo prazo.

Ações ainda descontadas e resilientes

Apesar da alta do Ibovespa em 2025 (12,8% nos primeiros sete meses), o setor de utilidade pública, que inclui energia, água e gás, segue negociando abaixo da média histórica de preço/lucro (PL). Hoje, o setor apresenta PL de 8,29, contra média de 11,09 nos últimos dez anos, mostrando potencial de valorização.

Entre as elétricas, algumas empresas superaram até mesmo a média do índice IEE no período:

  • Cemig (CMIG4): +359%

  • Taesa (TAEE11): +334%

  • Alupar (ALUP11): +264%

  • CPFL Energia (CPFE3): +261%

Por que o setor elétrico é tão rentável?

Três fatores explicam a superioridade das elétricas no longo prazo:

Previsibilidade e resiliência

Empresas do setor, especialmente transmissoras e distribuidoras, operam sob contratos de longo prazo com Receita Anual Permitida (RAP), corrigida por inflação, garantindo estabilidade mesmo em crises.
Exemplo: ISA Cteep (ISAE4) tem RAP de R$ 5,3 bilhões em 2024 com baixa alavancagem e dividendos consistentes.

Proteção contra a inflação

Ativos e contratos são reajustados automaticamente por IPCA ou IGP-M, oferecendo hedge natural contra inflação, o que ajuda a superar a rentabilidade do Tesouro IPCA+.

Dividendos robustos e consistentes

Elétricas têm tradição de distribuir boa parte do lucro líquido em proventos, atraindo investidores em busca de renda passiva. A Cemig, por exemplo, atingiu dividend yield médio de 15% em 2024, mantendo crescimento de lucro e investimentos.

Destaques de algumas empresas

  • ISA Cteep (ISAE4): PL 4,15, abaixo do setor, dividend yield de 10%, payout acima de 75%.

  • Alupar (ALUP11): RAP superior a R$ 4,2 bi com contratos dolarizados e baixo risco.

  • Cemig (CMIG4): baixa alavancagem, diversificação, lucros crescentes e investimento em expansão para 2025.

  • Taesa (TAEE11): contratos longos e estabilidade operacional.

  • Copel, Neoenergia, Eletrobras: boa diversificação, receitas previsíveis e presença relevante no IEE.

Comparação de rentabilidades em 10 anos

Ativo/Índice Rentabilidade acumulada
Índice Energia Elétrica (IEE) 219%
Cemig (CMIG4) 359%
Taesa (TAEE11) 334%
Alupar (ALUP11) 264%
CPFL Energia (CPFE3) 261%
Tesouro IPCA+ 166%
Ibovespa 158%
CDI 143%

O setor elétrico se mostra uma alternativa sólida para investidores com foco em dividendos e perenidade, mesmo diante de um cenário de juros altos e renda fixa atraente. A previsibilidade dos contratos, a proteção inflacionária e os dividendos robustos reforçam a tese de que a paciência e a diversificação em ações de energia elétrica podem superar os ganhos da renda fixa no longo prazo.

O post Setor elétrico supera renda fixa e Ibovespa com alta de 219% em 10 anos apareceu primeiro em O Petróleo.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.