Um investidor detalhou os motivos que o levaram a vender todas as suas ações da Taesa (TAEE11), um dos papéis mais populares do setor elétrico, e a alocar o capital igualmente entre B3 (B3SA3) e Eletrobras (ELET6). A decisão foi baseada em fundamentos econômicos, perspectivas de crescimento e a necessidade de enxugar a carteira.
Por que sair da Taesa?
A Taesa, empresa referência no setor de transmissão de energia, tem apresentado desafios nos últimos anos. Embora ainda sólida, a companhia vem enfrentando queda de margem líquida — de 63% em anos anteriores para 42% atualmente — e aumento do endividamento, que hoje supera o valor do patrimônio líquido (Dívida Líquida/Patrimônio em 1,3).
Além disso, a receita e o lucro líquido da Taesa estagnaram em torno de R$ 1,68 bilhão nos últimos anos, enquanto a necessidade de investir em novos leilões, cada vez mais disputados e caros, pressiona ainda mais a lucratividade. Para manter ou expandir suas concessões, a empresa terá que escolher entre aumentar a dívida ou reduzir dividendos para reinvestir.
Por que escolher B3?
A B3, dona da bolsa de valores brasileira, foi escolhida como metade do novo investimento. O investidor destacou os seguintes pontos:
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Baixo endividamento: Dívida Líquida/EBITDA de apenas 0,02.
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Alta margem líquida: cerca de 44%, sinal de eficiência.
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Potencial de crescimento: apenas 3% dos brasileiros investem em ações, o que abre espaço para expansão.
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Ciclo econômico: queda prevista dos juros nos próximos anos deve estimular a renda variável e impulsionar a B3.
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Preço atrativo: P/L atual em 15, abaixo da média histórica.
A expectativa é que a redução dos juros aumente a movimentação no mercado, ampliando o lucro e os dividendos da companhia.
E a Eletrobras?
A outra metade dos recursos foi destinada à Eletrobras, que passou por uma privatização recente e tem implementado cortes de custos e vendas de ativos ineficientes. O investidor ressaltou:
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Melhoria na eficiência: foco no lucro e nos acionistas.
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Redução de custos: despesas operacionais caíram 28% no último trimestre.
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Endividamento controlado: Dívida Líquida/Patrimônio em 0,33 e Dívida Líquida/EBITDA em 1,55.
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Perspectiva de dividendos crescentes: a privatização favorece maiores lucros e pagamentos aos acionistas.
Comparativo das empresas
Indicador | Taesa | B3 | Eletrobras |
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Preço da ação | R$ 33 | R$ 13,60 | R$ 42 |
Margem líquida | 42% | 44% | ~14% |
Dívida Líquida/Patrimônio | 1,3 | 0,02 | 0,33 |
Dividend Yield (atual) | 8% | 2,15% | 4,48% |
P/L | 14 | 15 | abaixo da média |
Tendência | Menor lucro, maior dívida | Crescimento com juros baixos | Eficiência pós-privatização |
A venda das ações da Taesa e a realocação para B3 e Eletrobras refletem uma visão crítica sobre os desafios de curto e médio prazo da transmissora de energia, frente às oportunidades de crescimento e melhora operacional das duas novas escolhas. O investidor ressalta que cada decisão deve ser personalizada, e este movimento não constitui uma recomendação de investimento.
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