Com mais de 32 milhões de habitantes, Chongqing, no sudoeste da China, se destaca como uma das cidades mais impressionantes do mundo. Construída em meio a um relevo acidentado de montanhas e rios, a metrópole transformou suas limitações geográficas em inspiração para soluções urbanísticas arrojadas. Ali, o conceito de cidade vertical se materializa com trens que atravessam prédios, ruas que passam sobre edifícios e parques suspensos a centenas de metros do chão.
Urbanismo tridimensional
A topografia íngreme de Chongqing forçou arquitetos e urbanistas a pensarem em múltiplos níveis. Em vez de expansão horizontal, a cidade cresceu para cima — criando uma malha urbana onde edifícios, ruas, passarelas e até estações de metrô se sobrepõem em andares diferentes. Em alguns pontos, é possível estar no 22º andar de um prédio sem perceber que não está no nível térreo.
Um dos símbolos mais emblemáticos dessa arquitetura é a estação Liziba, construída entre o 6º e o 8º andar de um prédio residencial de 19 andares. Os trens do metrô passam literalmente por dentro do edifício, em trilhos especialmente projetados para reduzir o ruído e as vibrações.
Patrimônio histórico com toque moderno
Apesar de toda essa modernidade, Chongqing não esquece suas raízes. A Hongya Cave, que remonta a mais de 2.300 anos, foi revitalizada em 2006 e transformada em um centro comercial de 11 andares com arquitetura que remete às tradicionais construções sobre palafitas. Hoje, é um dos principais pontos turísticos da cidade.
Arquitetura futurista e parques no céu
Outro exemplo de inovação urbana é o Raffles City Chongqing, projeto do renomado arquiteto Moshe Safdie. O complexo, com oito torres e uma estrutura horizontal suspensa a 250 metros de altura, abriga residências, escritórios, hotéis, restaurantes, lojas e até um observatório. Tudo isso conectado em diferentes níveis para se adaptar ao terreno montanhoso.
Como não há espaço suficiente para grandes áreas verdes, os parques e jardins foram levados aos céus, ocupando os topos dos prédios. Assim, a cidade respira mesmo em meio ao concreto.
Cultura, arte e espetáculo de luzes
Às margens do rio Yangtzé, o Grand Teatro de Chongqing impressiona com sua fachada inteiramente coberta por LEDs, que projetam imagens e luzes que transformam o local em um show visual noturno. Projetado pelo arquiteto alemão GMP Von Gerkan, o edifício em forma de navio é um tributo à identidade fluvial da cidade.
Um símbolo da nova China
Desde 1997, quando passou a ser um município diretamente administrado pelo governo central — status compartilhado apenas com Pequim, Xangai e Tianjin — Chongqing recebeu investimentos bilionários e assumiu papel de destaque no desenvolvimento econômico do oeste da China.
Hoje, com seus viadutos surreais, bondinhos que cruzam rios, postos de gasolina em andares elevados e um cenário urbano que lembra filmes como Blade Runner, Chongqing não é apenas uma cidade: é um laboratório vivo do que pode ser o futuro das metrópoles no mundo.
O post Chongqing, a cidade futurista da China onde trens atravessam prédios e ruas nascem nos telhados apareceu primeiro em O Petróleo.