Corpo de doadora de órgãos é velado na Zona Oeste do Rio; transporte para transplante interditou a Avenida Brasil


O corpo da agente comunitária de Saúde Ana Paula de Jesus Pereira, de 49 anos, que morreu no Hospital Municipal Pedro II, na Zona Oeste do Rio, e teve os órgãos doados para três pacientes, é velado no cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, nesta sábado (19).
Os órgãos foram levados por helicóptero da Secretaria de Saúde, na manhã desta sexta-feira (18), e uma operação que parou a Avenida Brasil.
Segundo os familiares, o desejo da Paulinha sempre foi salvar vidas. Ela trabalhava há 9 anos como agente comunitária, era uma mulher alegre e gostava de se reunir com amigos e familiares.
Na segunda-feira (14), ela estava em casa, depois de passar o fim de semana com a família comemorando um aniversário dos netos, quando teve um infarto. Ao longo da semana, os médicos descobriram que ela também teve um AVC hemorrágico. De quinta (17) para sexta, Paulinha teve morte cerebral diagnosticada pelos médicos.
Foi então que começou a corrida pela vida para que o desejo dela fosse atendido, que era o de doar os órgãos.
Paciente de 60 anos recebeu o fígado
Helicóptero para Avenida Brasil para pegar órgãos para transplante
Um paciente de 60 anos recebeu o fígado que foi transportado de helicóptero até a Zona Sul do Rio para um transplante no Hospital São Lucas, em Copacabana.
A cirurgia, que durou cerca de 3 horas, foi concluída com sucesso pela equipe médica responsável.
No entanto, a corrida contra o tempo para assegurar a chegada do órgão teve início bem antes da cirurgia. O fígado tem até 6 horas para ser transplantado — por isso, a importância da rapidez da operação.
O helicóptero da Secretaria Estadual de Saúde foi acionado às pressas e por volta das 7h05 já sobrevoava os céus do Rio.
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Dois rins e um fígado que seguiam dentro de um carro para um transplante pararam em um intenso engarrafamento na Avenida Brasil, a maior e mais movimentada via expressa do Rio. Não havia como seguir por terra e por isso foi necessário acionar o helicóptero.
A operação foi acompanhada do Globocop pelo repórter Genilson Araújo: “Pessoal da Secretaria de Saúde parou o trânsito. A galera também contribuiu.”
Às 7h13, a aeronave pousou na pista central da Avenida Brasil. Em menos de um minuto e meio, os órgãos foram colocados no helicóptero.
Funcionários da secretaria embarcaram, e a aeronave decolou em direção ao Heliponto da Lagoa, na Zona Sul.
O comandante Adalberto Neiva
Reprodução/TV Globo
“Da Avenida Brasil até a Lagoa, um deslocamento muito rápido. O comandante Neiva botou potência nessa aeronave, que já está pousando. E a gente vê uma picape já preparada para receber a equipe da Secretaria de Saúde que está envolvida no transplante”, contou Genilson.
No comando da aeronave estava Adalberto Neiva, piloto com 23 anos de experiência.
“É uma operação de alto risco. Pousar na Avenida Brasil não é uma operação fácil. A gente precisa contar com a ajuda da Polícia Militar e de quem estiver passando pelo local para nos ajudar. Nós sabemos também que aquela corrida contra o tempo vai favorecer uma sobrevida daquele paciente”, disse o comandante.
“Hoje quando pousamos nós contabilizamos 116 órgãos transportados por esse helicóptero só esse ano”, acrescentou.
Helicóptero pousa da Avenida Brasil para pegar órgãos para transplante
Reprodução/TV Globo
Um fígado e dois rins são levados para Copacabana
Reprodução/TV Globo
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