Justiça condena DF e Iges a indenizar família de mulher que teve morte cerebral após tentar atendimento em três hospitais


Sede do Iges-DF
TV Globo/Reprodução
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) condenou o DF e o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF) a indenizar a família de uma mulher que teve morte cerebral após tentar atendimento em três hospitais da capital.
O caso aconteceu em 2021 e a paciente buscou atendimento por três dias com sintomas de um acidente vascular cerebral (AVC) que, quando foi diagnosticado, ela já apresentava morte encefálica.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp.
A decisão da A 7ª Vara da Fazenda Pública, divulgada na quarta-feira (23), determina que seja pago uma indenização a cada familiar da vítima além de uma pensão mensal à filha menor da paciente.
O g1 procurou o Iges, o GDF e a Secretaria de Saúde, mas não teve retorno até a publicação da reportagem.
Justiça reconheceu que houve “falhas no atendimento médico que culminaram na morte” da mulher. Ainda cabe recurso da decisão.
Mulher buscou atendimento em três hospitais
Em agosto de 2021, a vítima teria ligado para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) relatando tontura, vômito, dor de cabeça intensa, fraqueza e perda de coordenação motora.
A decisão do juiz afirma que a condição da vítima foi “subestimada” pelo SAMU que demorou em fornecer uma ambulância para socorrê-la. Após chegada do socorro, ela foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia.
Na UPA, rela recebeu o diagnóstico de “crise hipertensiva” e foi liberada no mesmo dia sem avaliação neurológica adequada para os sintomas que ela apresentava.
No dia seguinte, a mulher buscou o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), onde a médica se recusou a atender, após familiares não assinarem termo de responsabilização.
Sem atendimento no local, a paciente buscou o Hospital Regional do Guará (HRGU). Na unidade, teria aguardado cerca de cinco horas para ser atendida e foi internada com “encefalopatia hipertensiva”.
Posteriormente, a mulher buscou atendimento no Hospital de Base, onde foi diagnosticado um grave AVC isquêmico. O diganóstico, contudo, foi tardio e a mulher, porém, já apresentava morte encefálica.
Indenização e pensão
A decisão na Justiça do DF avalia que houve uma sequência de falhas e negligência no atendimento à vítima, inclusive no primeiro contato feito com o SAMU, o que resultou na deterioração clínica irreversível da paciente.
“O diagnóstico tardio impediu medidas terapêuticas que poderiam ter evitado a progressão do AVC. A morte poderia ter sido evitada caso o atendimento médico tivesse seguido os protocolos adequados desde o primeiro atendimento”, diz a decisão.
De acordo com a decisão do juiz, o GDF e Iges devem:
Indenizar em R$ 80 mil cada familiar da paciente
pensão mensal a filha menor fixada em 2/3 do salário mínimo até completar 25 anos.
🎥 VÍDEO: Comissão de Saúde da Câmara Legislativa aprova indicação de delegado para a presidência do Iges
Comissão de Saúde da Câmara Legislativa aprova indicação de delegado para a presidência do Iges
LEIA TAMBÉM:
CAPITAL MOTO WEEK: sete dicas de looks para inovar com autenticidade e conforto
RIACHO FUNDO: idosa de 66 anos morre atropelada por carro
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.