O FGAA11 (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais), conhecido por sua consistência na distribuição de proventos, segue chamando atenção dos investidores em 2025. Atualmente negociado a R$ 8,34 por cota, o fundo apresenta um desconto significativo frente ao valor patrimonial, que está em R$ 9,56 — o que representa um deságio de cerca de 12,8%.
Apesar da recente recuperação na cotação, o fundo ainda entrega rendimentos líquidos próximos de 17% ao ano, isentos de imposto de renda para pessoas físicas. Em março, a distribuição foi de R$ 0,11 por cota, e a expectativa do gestor é retomar o patamar de R$ 0,115 em abril e possivelmente R$ 0,12 em junho.
Perfil da carteira e risco de crédito
Originação própria e diversificação
Atualmente, o FGAA11 possui 16 devedores em carteira, sendo 37% das operações originadas internamente pela própria gestora. Essa característica costuma ser vista com bons olhos pelo mercado, pois reforça o conhecimento e controle sobre os créditos concedidos.
Entre os principais devedores, destacam-se:
- WD Agro: 14% da carteira
- Alcoeste: 13,5%
- Ubifall: 4,6%, com rebaixamento recente de rating de BBB+ para BBB-, embora a gestora reforce que não há inadimplência ou quebra de contrato.
Classificação de risco e setores
A exposição do FGAA11 está concentrada no setor sucroenergético, que representa a maior parte do portfólio. Em termos de rating, 48% das operações estão classificadas como grau de investimento BBB, o que ainda confere um nível aceitável de risco dentro do segmento de Fiagros.
Estratégia de gestão e postura seletiva
A gestão tem mantido uma postura seletiva na aquisição de novos ativos. Em março, algumas operações que estavam em análise foram descartadas, visando preservar a qualidade da carteira.
A maior parte das operações está atrelada ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), o que proporciona uma correlação positiva com a taxa Selic. Isso garante maior previsibilidade e capacidade de ajuste dos rendimentos ao cenário macroeconômico.
Amortização de cotas: o que muda para o cotista
Um dos principais pontos em análise atualmente é o programa de amortização de cotas. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) ainda avalia o modelo proposto pelo fundo, mas a primeira execução da prática já foi realizada.
A proposta visa devolver parte do patrimônio líquido do fundo aos cotistas, proporcionando liquidez adicional sem impactar diretamente o rendimento mensal. A quantidade de cotas do investidor poderá ser ajustada conforme as amortizações, o que exige atenção redobrada dos cotistas para eventuais atualizações.
Indicadores de performance e expectativa para os próximos meses
Apesar do cenário desafiador no setor agrícola e do risco de aumento da inadimplência em determinados ativos, o FGAA11 segue com fluxo de pagamentos em dia e sem atrasos relevantes.
Dados atualizados:
- Cotistas: 49.900
- Última distribuição: R$ 0,11
- Expectativa para abril: R$ 0,115
- Projeção para junho: R$ 0,12
- Caixa disponível: 7,1% do patrimônio líquido
- Operações para ganho de capital: 29% da carteira
O fundo ainda apresenta operações estruturadas via SPA Carreg (63%) e uma pequena exposição em Fiagros.
Vale a pena investir no FGAA11?
O FGAA11 está entre os Fiagros com maior retorno nominal atualmente, impulsionado pelo deságio patrimonial e pela consistência nas distribuições. Para investidores que buscam renda passiva mensal com isenção de IR e aceitam um risco moderado, o fundo continua sendo uma opção atrativa.
Porém, é essencial considerar que:
- O risco de crédito, embora controlado, existe — vide o rebaixamento da Ubifall;
- A amortização de cotas pode impactar a estratégia de longo prazo;
- O fundo está exposto à volatilidade do setor agro, sensível ao clima, à inflação e às mudanças nas taxas de juros.
O FGAA11 demonstra resiliência e capacidade de entregar valor aos cotistas mesmo em cenários adversos. A manutenção dos rendimentos, o desconto sobre o valor patrimonial e a ausência de inadimplência até o momento reforçam a atratividade do fundo.
No entanto, o investidor precisa acompanhar de perto os movimentos da CVM em relação ao programa de amortização e eventuais alterações no perfil de crédito dos devedores. Em um cenário de juros altos e valorização da renda fixa, o FGAA11 pode seguir como uma peça interessante em carteiras que buscam diversificação com rentabilidade agressiva no agro.
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