Agronegócio em risco: Brasil enfrenta sanções dos EUA e dependência da China

A decisão do presidente Donald Trump de taxar em 50% os produtos brasileiros reacendeu uma série de preocupações no setor produtivo nacional. Em entrevista à programação da AurVD Brasil, o consultor Celso Ricardo foi direto ao classificar a medida como “devastadora” para o agronegócio. Ele alertou para os efeitos em cascata que a nova tributação pode provocar, atingindo desde o campo até a indústria e os mercados consumidores.

Para Celso, o impacto ultrapassa o setor agropecuário. “A economia brasileira vive em grande parte da força gerada pelo agro, tanto interna quanto externamente. É ilusório pensar que isso afeta apenas o produtor rural”, afirmou. Ele criticou a visão distorcida, especialmente urbana, de que o agronegócio é amplamente subsidiado pelo governo: “Isso não é verdade. O que existe é uma obrigação do governo de garantir políticas de financiamento para o setor, pois sem ele o país para.”

Relação com a China e confronto com os EUA

O consultor não poupou críticas à política externa do governo Lula, especialmente no que tange à aproximação com a China e ao afastamento dos Estados Unidos. Segundo ele, a dependência brasileira do mercado chinês é preocupante: “Hoje o Brasil é praticamente uma colônia da China. Se eles retiram o investimento daqui, quebramos.”

Celso defende que o Brasil adote uma postura neutra em relação às grandes potências, preservando relações comerciais equilibradas com diferentes países. No entanto, em sua análise, o atual governo tem adotado uma postura ideológica, desprezando o impacto econômico de suas escolhas. “Estamos flertando com o autoritarismo chinês enquanto provocamos o nosso maior parceiro histórico do Ocidente. Isso pode nos custar muito caro.”

Efeitos diretos no agronegócio

Os reflexos da nova tributação americana serão sentidos especialmente no setor de proteína animal, com destaque para a carne bovina, que terá custos adicionais para entrar nos Estados Unidos. Isso deve gerar efeitos em toda a cadeia produtiva  da indústria ao consumidor final. “Estamos falando de desemprego, queda de renda, recessão. E isso tudo por conta de uma escolha ideológica equivocada.”

Celso ainda destacou que o Brasil precisa priorizar acordos e parcerias comerciais acima das disputas políticas. “O presidente Lula está agindo como uma criança mimada, batendo de frente com os Estados Unidos de forma irresponsável. Isso não é estratégia, é provocação.”

Risco de crise econômica e isolamento

O alerta final do consultor é direto: caso o Brasil insista em confrontar os EUA e ignorar o reposicionamento geopolítico global, o país poderá entrar em uma crise econômica profunda. “Se somarmos o dólar em disparada, o aumento dos custos de importação e a perda de mercados para nossos produtos, o cenário é gravíssimo.”

A recomendação de Celso é que o Brasil volte a olhar com pragmatismo para suas relações internacionais, deixando de lado a ideologia e priorizando os interesses econômicos da população. “O agronegócio não pode ser vítima de uma guerra política. Estamos falando de segurança alimentar, emprego e estabilidade nacional.”

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