
Sétima edição da Parada LGBT+ de Mogi das Cruzes acontece neste domingo (27)
Divulgação / Redes Sociais
A sétima edição da Parada LGBT+ acontece neste domingo (27) em Mogi das Cruzes. Com o tema “Nossos corpos existem e resistem pelos que já se foram e os que virão”, ela celebra a história da comunidade no Alto Tietê.
De acordo com o presidente do Fórum LGBT+ Mogiano, Edrei Freitas, o tema foi decidido para homenagear gerações anteriores da comunidade LGBTQIA + da cidade. A ideia é mostrar a importância de preservar o legado de luta que elas deixam para as futuras gerações.
✅ Clique para seguir o canal do g1 Mogi das Cruzes e Suzano no WhatsApp
Para o movimento, esse tipo de mobilização representa muito mais do que apenas um evento, se torna um sinônimo de acolhimento. A manifestação garante a essa parcela da população visibilidade e segurança para que possam ser eles mesmos sem medo.
Segundo o presidente, a parada é um ato político, cultural, afetivo e transformador.
“Ela funciona como um grito coletivo de existência e pertencimento. Em uma sociedade que historicamente empurra pessoas LGBTQIAPN+ para a marginalidade, a Parada rompe com o silêncio e mostra que nós existimos, resistimos e merecemos ocupar todos os espaços com dignidade. Ela salva vidas, mostra que ninguém está sozinho.”
Com seus 7 anos de história, a Parada LGBT+ mogiana se tornou uma data fixa no calendário da comunidade da região. Para a comunidade, ela se tornou uma celebração cultural e política na cidade, que promove respeito e cidadania.
A sua primeira edição, em 2018, foi simbólica para a comunidade. Jaqueline Aquela, mulher transsexual, contou que foi como um grito de aviso. “Aqui em Mogi tem gays sim!”
A parada na cidade foi muito significativa para Jaqueline.
“Em São Paulo fui na primeira parada, mas ainda um pouco disfarçada, com medo por conta da época. Ver ela chegar em Mogi foi uma celebração, pude ver o quanto nossa comunidade LGBTQIA + estava precisando ser vista pela sociedade.”
Jaqueline se apresentou nos palcos de casas noturnas de São Paulo e Mogi das Cruzes durante anos, fez amigos e conheceu a comunidade por quem luta.
“A Parada de Mogi mostra para sociedade que existe a comunidade LGBTQIA +. Somos uma comunidade produtiva, temos salões de beleza, lojas de roupas, restaurantes, estamos em todos os segmentos.”
Ela é técnica em contabilidade e hotelaria, formada em educação física e cabeleireira. Mas acima de tudo, um exemplo de resistência.
“Não quero que gostem de mim, só que me respeitem”
Jaqueline Aquela na segunda edição da Parada LGBT+ de Mogi das Cruzes
Arquivo Pessoal / Jaqueline Aquela
A criação da Parada
A Parada nasce na cidade em 2018 através do financiamento de um programa estadual da Associação Paulista Amigos da Arte (APAA), chamado Mais Orgulho.
De acordo com Gustavo Don, membro-fundador do Fórum LGBT+ Mogiano, foi feita a inscrição no edital e após o resultado, começou o planejamento.
“Até então ainda estávamos inseguros e sem muitos apoios financeiros. Com esse programa conseguimos pagar pelo trio elétrico, o que possibilitou a primeira Parada LGBT na avenida Cívica realmente acontecer”.
A movimentação reuniu 1,5 mil pessoas do Alto Tietê e de outras cidades do estado. A Parada ainda era novidade, mas recebeu diversos apoios e se tornou tradição.
“Essa primeira edição foi histórica para a cidade, com os apoios da Prefeitura, movimentos sociais, entidades e até sindicatos, conseguimos mobilizar um ‘mar de gente’ que inundou a avenida cívica em unidade pelo respeito à diversidade e para promover a cultura LGBT por meio da arte drag queen e dos djs.”
A Parada mostra o avanço da comunidade LGBTQIA + na cidade, que apesar dos desafios, consegue mobilizar a sociedade e ampliar o reconhecimento dessa parcela da população no município.
Edrei Freitas, presidente do Fórum LGBT+ Mogiano, explicou que a visibilidade conquistada pela Parada tem gerado impactos concretos e duradouros na construção de uma cidade mais inclusiva e diversa.
Primeira edição da Parada LGBT+ de Mogi das Cruzes
Reprodução / Jorge Beraldo
7ª edição Parada LGBT+
A edição deste ano da Parada LGBT+ de Mogi das Cruzes acontece neste domingo. O evento, destinado a todos os públicos, conta com apresentações artísticas e musicais.
A concentração acontece às 13h, na avenida Doutor Cândido Xavier de Almeida e Souza, em frente ao Fórum. O trajeto tem início às 14h e percorre a avenida Narciso Yague Guimarães, rua Olegário Paiva, avenida Prefeito Carlos Lopes e rua Professor Ismael Alves dos Santos, terminando na avenida Cívica.
Durante o percurso os artistas da região vão se apresentar. Os djs AJoão, Sabrina Palazzio, Mel Collangeli, Pett Pereira, Cardi Bisha, Luis Levado, Vittin, Leona Lamour e Eddy Monster se apresentam no evento. A parada conta ainda com os shows das drag queens Escarlate, Leona Top Flour, Tiffany Brandão, Zampolly e Michelly.
*Estagiário supervisionado
Leia também:
LGBT+: ‘Foi a arte drag que me resgatou e me salvou’ declara drag queen de Mogi das Cruzes
Primeira Parada do Orgulho LGBT de Mogi reúne cerca de 1,5 mil na Avenida Cívica
4ª edição da Parada LGBTQIA+ de Suzano reúne milhares de pessoas
Veja tudo sobre o Alto Tietê