A adoção de tarifas de 10% pelos Estados Unidos já provoca forte retração nas exportações brasileiras de carne bovina, café e sucos de frutas. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), analisados entre abril e junho de 2025, o impacto tem sido severo, mesmo antes da nova tarifa de 50% anunciada por Donald Trump entrar em vigor.
Queda nas exportações já afeta fortemente o agro brasileiro
Os números são alarmantes:
Produto | Exportações em abril (US$) | Exportações em junho (US$) | Queda percentual |
Carne bovina | 229 milhões | 75 milhões | -67% |
Café | 254 milhões | 148 milhões | -41% |
Suco de frutas | 109 milhões | 50 milhões | -54% |
Esses três produtos estão entre os principais itens da pauta de exportação do agronegócio brasileiro para os EUA. A diminuição vertiginosa nas vendas já revela uma disrupção nas relações comerciais, em um cenário ainda sem o impacto da nova tarifa de 50%, que deverá intensificar a retração.
Impactos bilaterais: Brasil perde mercado, EUA perdem competitividade
Segundo especialistas, os efeitos são danosos tanto para empresas brasileiras quanto americanas. Para os exportadores brasileiros, a perda de mercado significa prejuízo direto e dificuldade em encontrar novos parceiros com condições semelhantes às do mercado norte-americano, sobretudo em volume e confiabilidade logística.
Já para os compradores norte-americanos, a substituição dos produtos brasileiros tende a elevar os custos e reduzir a qualidade dos produtos adquiridos. “Se houvesse alternativa melhor, já estariam comprando de outro país”, analisa o comentarista Danilo Moliterno.
Contexto das tarifas e o que vem pela frente
As tarifas de 10% impostas em abril de 2025 foram uma reedição da estratégia protecionista do ex-presidente Donald Trump, com foco na redução do déficit comercial americano. A nova rodada de tarifas, agora de 50%, está prevista para os próximos meses e tende a gerar um efeito ainda mais devastador para as exportações brasileiras.
O governo brasileiro, por sua vez, estuda alternativas diplomáticas e comerciais para mitigar os impactos, com reforço em acordos bilaterais com países asiáticos e europeus, além do incentivo à industrialização de produtos primários para aumentar o valor agregado das exportações.
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