
Imagens da locomotiva 18 em funcionamento – Vídeo: Unterwegs im Wilden Westen Brasiliens
A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) completa 113 anos nesta sexta-feira (1º). Inaugurada em 1º de agosto de 1912, a ferrovia foi construída como parte do Tratado de Petrópolis, firmado entre Brasil e Bolívia em 1903, após a compra do território que hoje abriga Rondônia.
Para marcar a data, o g1 teve acesso exclusivo a imagens históricas da locomotiva em pleno funcionamento. Os vídeos fazem parte do acervo do pesquisador Anderson Leno Fernandes, que há anos se dedica a preservar a memória da ferrovia (veja acima).
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Segundo Anderson, a última locomotiva a operar foi a alemã de número 18. Ela rodou até 2010 e foi ligada pela última vez em 2012, como homenagem ao centenário da estrada. Seu último trajeto completo foi entre Porto Velho e o km 7, em Santo Antônio. Depois, percorreu apenas um trecho simbólico de 2,2 km até a vila de Candelária, onde estão o cemitério dos ferroviários e as locomotivas abandonadas.
A antiga estação, hoje uma construção de valor histórico no Complexo da EFMM, já foi ponto de embarque e despedida. Nas imagens recuperadas, é possível ver cenas marcantes de passageiros embarcando e a movimentação que fez parte do cotidiano da capital no século passado (veja abaixo).
Imagens das locomotivas da EFMM em funcionamento.
A missão de resgatar a memória da ferrovia
Anderson Leno Fernandes
Reprodução/acervo pessoal
Apaixonado pela história da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, o pesquisador Anderson Leno Fernandes passou anos reunindo materiais e registros históricos da ferrovia. A busca começou pelas redes sociais, mas logo ganhou proporções internacionais.
“Não foi rápido encontrar os locais certos os quais me ajudaram e ainda ajudam a remontar a história e epopeia da Madeira-Mamoré”, conta.
Além dos grupos de saudosismo, Anderson mergulhou em bibliotecas e hemerotecas digitais no Brasil e no exterior. Um dos achados mais marcantes foi na Biblioteca Pública de Nova Iorque: um álbum com mais de 400 fotos exclusivas da EFMM.
Ao longo do tempo, o trabalho de Anderson se tornou referência e, com isso, ele passou a receber acervos particulares. Um dos mais emocionantes veio de Itu (SP): o diário de um senhor que, em 1963, cruzou o país de Kombi para conhecer o que chamavam de “Inferno Verde”.
“O avô escreveu um diário de viagem extremamente detalhado, bem como dezenas de registros de vários estados, inclusive de Rondônia e da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Este material inclusive está quase todo guardado ainda”, revela Anderson.
Fotos históricas
O g1 também preparou uma galeria especial com fotos históricas enviadas por Anderson Leno Fernandes. As imagens revelam não só as antigas locomotivas da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, mas também os rostos e histórias de quem ajudou a construir essa obra que marcou a história de Rondônia e do Brasil, confira:
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