
Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife
Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho/Divulgação
Uma auditoria interna realizada pela prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, identificou irregularidades no pagamento de servidores municipais. Segundo a gestão do município, ao menos três funcionários que já tinham morrido — um deles há dois anos — continuavam registrados como ativos, recebendo salários ou benefícios normalmente.
Os casos foram identificados durante um processo de recadastramento de servidores públicos realizado pela Secretaria Executiva de Administração e Recursos Humanos para atualizar o sistema de controle interno da folha de pagamento.
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Conforme as apurações, depois que um dos funcionários morreu, em 2023, a família não informou ao município e, por isso, o salário dele continuou sendo depositado nesses últimos dois anos. Os valores somam R$ 85 mil.
Outro servidor faleceu enquanto estava afastado por licença médica e, mesmo assim, continuou recebendo benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Também foi identificado um terceiro servidor que tinha um conta bancária com portabilidade ativa. Isso significa que, quando o salário era depositado, a remuneração era transferida automaticamente para uma conta em outro banco. A prefeitura informou que vai verificar, junto à instituição financeira, se os valores pagos indevidamente estão retidos nessa conta.
Servidor preso
Além dos casos envolvendo servidores falecidos, a auditoria identificou o caso de uma médica, que vive fora do Brasil há dois anos, mas seguia recebendo os pagamentos mensais como se ainda trabalhasse no município.
Também há o caso de um servidor que está preso desde 2022. Segundo a prefeitura, o caso foi descoberto depois que a esposa dele foi até a secretaria fazer o recadastramento dele.
A prefeitura do Cabo de Santo Agostinho disse que todos os pagamentos irregulares identificados pela auditoria estão sendo bloqueados automaticamente. A gestão municipal informou, ainda, que a Secretaria de Assuntos Jurídicos está analisando cada caso para pedir a devolução dos valores perdidos e responsabilizar os envolvidos na Justiça.
De acordo com o secretário municipal de Administração e Recursos Humanos, José Luiz do Monte Filho, o recadastramento começou após uma auditoria interna. “É um procedimento geralmente normal, que deveria ter em todas as prefeituras e órgãos públicos”, comentou.
O processo de recadastramento de servidores públicos começou em junho deste ano e segue até terça-feira (5). Até o momento, 5.550 servidores ativos foram recadastrados, mas 1.077 funcionários não conseguiram atualizar os dados e tiveram os pagamentos bloqueados temporariamente.
Todos os setores da gestão municipal estão passando pela verificação nas folhas de pagamento. Os funcionários precisam comprovar o local de trabalho e fazer o recadastramento.
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